Em escola estadual de Minas Gerais, gestão aborda assuntos relacionados à educação inclusiva por meio de programa em rádio comunitária
Na Escola Estadual Adalgisa de Paula Duque, temos nos dedicado continuamente ao tema da inclusão, especialmente a de pessoas com deficiência. A unidade, localizada em Lima Duarte, região da Zona da Mata Mineira, atende mais de 700 estudantes nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Entre os adolescentes matriculados, temos cerca de 40 estudantes público-alvo da educação especial.
Além das salas de aula comuns, a escola conta com sala de recursos multifuncionais, educadoras do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e profissionais de apoio, possibilitando apoio adicional ao desenvolvimento das habilidades, por meio de estratégias pedagógicas e demais recursos, no contraturno das aulas regulares.
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Dentro desse contexto, para além do trabalho que realizamos na escola, eu, como diretor, os demais gestores e toda a equipe docente discutimos a inclusão há mais de quatro anos na rádio comunitária Serrana, da qual somos parceiros no programa semanal “Zona Livre para Incluir”.
Inclusão nas ondas do rádio
O programa é um trabalho pedagógico para a comunidade, porque discutimos a importância da inclusão de estudantes com deficiência na sala comum a partir da nossa prática e de experiências de outras escolas. No ar todo sábado, o projeto tem sido uma ponte entre o trabalho docente, as famílias e a comunidade escolar.
Nesse espaço colocamos como pauta assuntos relacionados à inclusão escolar, tais como acessibilidade e trabalho colaborativo, e damos orientações para a população, como o direito das pessoas com deficiência à matrícula em escolas comuns e ao AEE e ao profissional de apoio, quando necessário.
Em alguns encontros, levamos docentes, sobretudo os que atuam no AEE, para tratar de temas específicos relacionados ao dia a dia escolar, esclarecendo às famílias como funcionam as aulas no contraturno e como auxiliar o desenvolvimento das habilidades de seus filhos em casa.
Também damos espaços aos profissionais da rede de assistência do município para dialogarem sobre os desafios da inclusão, o que repercute na comunidade e acaba por contribuir com os familiares na tomada de decisões sobre como apoiar suas crianças e adolescentes no processo educacional.
O rádio e a pandemia
Para além da conscientização, o rádio é uma ferramenta acessível em nossa realidade. Boa parte das famílias que habitam a cidade não tem acesso às tecnologias de informação e comunicação.
O alcance e a importância do projeto ficaram mais claros durante o período da pandemia de covid-19, no qual as aulas presenciais foram suspensas. Além dos materiais que foram disponibilizados on-line, apostilas e cadernos de atividades, também mantivemos o programa semanal, como forma de dar continuidade aos conteúdos em outro formato e promover o contato com a comunidade no decorrer do isolamento social.
O “Zona Livre para Incluir” buscou evitar prejuízos ainda maiores à aprendizagem e mitigar a evasão escolar. A equipe docente se reunia para gravar as aulas, o que também facilitou a preparação das atividades. Temos hoje uma biblioteca virtual com esses conteúdos para quem quiser acessar.
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Impactos e objetivos
O trabalho desempenhado de forma colaborativa tem trazido retornos positivos. Temos relatos de diferentes famílias que começaram a se dar conta da necessidade de acompanhar seus filhos e de como apoiar o ensino de cada um a partir das conversas que realizamos na rádio.
Sempre mostramos que a deficiência não impede que nenhuma criança esteja na escola, o que impede são as barreiras. Trabalhamos para que a comunidade alcançada em nosso projeto saiba o que é a inclusão, respeite a diversidade e entenda que cada um tem suas potencialidades.
Antes e depois da pandemia, promovemos palestras a fim de abordar a educação inclusiva, visando se tornar referência em nossa região e conseguir manter esse tema central em exposição.
Nosso objetivo é influenciar ações no município e no estado que promovam a educação inclusiva e o direito de todas e todos a frequentarem os espaços públicos. Hoje percebemos a conscientização da população de Lima Duarte e de outras regiões sobre inclusão e sua responsabilidade em promover uma educação que acolha, inclua e gere bons resultados aos que frequentam a escola.
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