Saiba mais sobre a história da Língua Brasileira de Sinais e confira uma lista com relatos e projetos inclusivos para se inspirar
O dia 24 de abril é um marco importante para as pessoas com deficiência auditiva: é a data em que a Língua Brasileira de Sinais, a Libras, foi reconhecida como sistema linguístico pela Lei nº 10.436, de 2002. O Decreto nº 5.626, que a regulamenta, é ainda mais recente: foi publicado em 2005.
Essa conquista, no entanto, é resultado de uma longa luta, que começou com o acesso à educação pelos surdos, ainda no século XIX.
O pioneiro do ensino da Libras no Brasil foi o francês Ernest Huet, que se mudou para o país em 1855 a convite do Imperador Dom Pedro II. Dois anos depois, ele foi o responsável pela fundação da Imperial Instituto de Surdos-Mudos, escola que só aceitava a matrícula de meninos surdos.
Huet, que também era surdo, usou como base os chamados “sinais metódicos”, da língua francesa de sinais, para originar a Língua Brasileira de Sinais.
Em 1880, o Congresso de Milão impôs a proibição do ensino por meio de sinais na Europa, priorizando a educação de surdos pela oralização. No Brasil, isso ocorreu em 1911, no Instituto Nacional de Educação de Surdos, antigo Imperial Instituto.
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Mesmo não-oficializada, a Libras continuou sendo amplamente utilizada por pessoas surdas não-oralizadas, que lutaram por visibilidade. O resultado veio no final da década de 1970, com o método denominado Conhecimento Total, que une linguagem oral, sinais e outros meios para a educação de surdos.
Nas décadas seguintes, a mobilização aumentou, com apoio da Constituição de 1988, que garante o acesso à educação por todos, e, em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Para celebrar essa data tão importante, o DIVERSA compilou relatos e práticas pedagógicas que contribuem para que a Libras seja desmistificada e colaboram para a inclusão de crianças e adolescentes surdos nas escolas comuns. Confira:
+ Educadoras desenvolvem material para aprendizagem de Libras durante ensino remoto
Em Peruíbe (SP), professoras municipais que utilizaram a tecnologia como um apoio à aprendizagem ensinam como confeccionar material pedagógico acessível para estudo da língua portuguesa e da Libras por estudantes do ciclo de alfabetização.
+ Educadora cria vídeos com acessibilidade em Libras para ensino remoto
Professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE) da rede estadual de São Paulo criou um canal no Youtube para permitir o aprendizado a todos os estudantes durante o ensino remoto.
+ Projeto ensina Libras à comunidade escolar
Para inclusão de estudante com deficiência auditiva, iniciativa promoveu o ensino da Libras para comunidade escolar e familiares na zona leste da capital paulista.
+ Escola paulista oferece aulas de Libras para comunidade
Em Campinas (SP), a mobilização para a inclusão de dois alunos com deficiência auditiva resultou em aulas de Libras para toda a comunidade e a revisão do projeto político-pedagógico (PPP) de uma escola estadual.
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