Professores desenvolvem material pedagógico para alfabetizar estudantes com dificuldades de aprendizagem
O 2° ano B de 2018 da EMEF CEU Três Lagos, da cidade de São Paulo, era uma turma alfabética, que tinha estudantes com dificuldades de aprendizagem e um aluno com hipótese diagnostica de Transtorno do espectro autista não verbal. Os alunos da classe tinham um bom relacionamento, eram solidários e respeitosos. A turma contava também com o apoio em sala de uma estagiária do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (CEFAI) da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Idealização e desenvolvimento da Roleta silábica
Na época, o maior desafio encontrado era desenvolver a capacidade de realizar a relação grafema-fonema com alguns estudantes. Uma vez que no grupo havia crianças com hipótese silábica de escrita, outras encontravam-se em pré-silábica ou silábica com valor sonoro. Dessa forma, o objetivo era avançar o processo de alfabetização das crianças de maneira que todos os estudantes da classe pudessem participar.
Pensando na construção de uma escola para todos, idealizamos nosso material pedagógico acessível, a Roleta silábica, visando favorecer a aprendizagem dos alunos com deficiência durante as atividades realizadas na sala de aula regular juntamente com os demais estudantes, reconhecendo as especificidades e o direito de cada um. O material auxiliou o processo de letramento, com o reconhecimento das sílabas das palavras que estão no contexto da história.
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Planejamento das aulas
Para utilização do material em sala, elaboramos um plano de aula, cujas as disciplinas envolvidas são Língua Portuguesa e Arte. O plano de aula se resumiu em:
- Reunir os estudantes e passar as orientações gerais da atividade.
- Realizar a leitura da história “Quando o lobo tem fome”, de Christine Naumann-Villemin.
- Após a leitura, entregar as cartelas aos estudantes com as palavras para serem completadas com as sílabas que saírem na roleta. Após o jogo, solicitar aos estudantes uma ilustração da história.
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A história foi escolhida por trabalhar com as relações humanas, mudanças de hábitos e aceitação das diferenças. E as palavras das cartelas foram selecionadas da história.
Avaliação da utilização da Roleta silábica
As crianças da classe estavam extremamente empolgadas! Elas foram separadas em duplas e receberam as cartelas com as palavras selecionadas que deveriam ser completadas com as sílabas que saíssem na roleta. Para girar a roleta uma aluna ou um aluno era selecionado por vez e era encarregado de falar a sílaba que saiu para os demais.
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Durante a aplicação da atividade podemos observar que a participação e o entusiasmo de todos os alunos foram pontos positivos, incluindo os estudantes público-alvo da educação especial. O estudante que não se comunica verbalmente demonstrou interesse no início, mas depois apresentou impaciência e não concluiu a tarefa.
Entretanto, consideramos que esse tempo de concentração do aluno foi um grande avanço, visto que há alguns meses não conseguíamos fazer com que ele participasse das propostas pedagógicas para a classe.