Escuta e diálogo: meios para esclarecer dilemas sobre inclusão escolar

O fato de dispormos de uma das legislações mais avançadas do mundo não é suficiente para permitir que as pessoas entendam a inclusão escolar. Existe um falso dilema que precisa ser esclarecido: é melhor “proteger” a criança com deficiência em um ambiente mais “preparado”, com especialistas – que é como se imagina a escola especial – ou é melhor permitir que ela conviva com os outros na escola inclusiva?

Não funciona simplesmente matricular a criança com deficiência juntamente com as demais, sem que a escola altere seu modus operandi. Para que as coisas corram bem, a escola precisa investir na formação dos professores, oferecer recursos pedagógicos alternativos e disponibilizar tempo para o planejamento das aulas, de forma que as equipes possam discutir cada caso e criar estratégias pensadas para cada turma. Além disso, o estudante com deficiência pode precisar do atendimento de especialistas e do apoio de intérpretes, cuidadores etc. Isso não significa, no entanto, privá-lo das atividades com os outros alunos, mas sim, complementar essas atividades. Não se trata de substituir – mas de somar.


Este artigo completo foi publicado no ECOA | Por um mundo melhor, site do portal UOL, em 22/11/2021, e está disponível para leitura em https://bit.ly/3o4DZ5s.

Rodrigo Hübner Mendes escreve semanalmente sobre inclusão em sua coluna do ECOA, site do portal UOL de jornalismo propositivo, que tem como objetivo apresentar pessoas que se dedicam a construir um mundo melhor.

Rodrigo Hübner Mendes tem dedicado sua vida para garantir que toda pessoa com deficiência tenha acesso a educação de qualidade na escola comum. É professor e pesquisador sobre educação inclusiva, membro da rede de empreendedores sociais Ashoka e do Young Global Leaders (Fórum Econômico Mundial). Há 25 anos fundou o Instituto Rodrigo Mendes, que desenvolve pesquisas, consultoria e programas de formação em diversas partes do mundo.

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18 Comentários

  • Importantes reflexões àcerca da inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas, ou seja, como fazer, de fato, uma educação inclusiva.

  • Achei muito pertinente as colocações a respeito da inclusão e papel da família na escola, para uma educação democrática.

  • A Lei não é garantia de inclusão, e não há uma receita à cerca da inclusão. Devemos ter empatia, conhecer e ouvir o outro independente de suas particularidades. A afetividade deve permear esse caminho.

  • Nossas escolas com poucos recursos, devem fazem o possível para trabalhar a inclusão, buscando um permanente contato com as famílias, buscando juntos recursos junto aos órgãos públicos.

  • A inclusão é um processo conjunto: escola, família e sociedade. Incluir é muito além do que trazer para o meio, antes de tudo é preciso prover estruturas capazes de atender as necessidades daquele que precisa ser incluído/acolhido.

  • A Educação Especial hoje em dia já é parte integrante das escolas,mas ainda precisa avançar na formação dos profissionais para atender com mais qualidade a demanda de estudantes que chegam no espaço escolar com demandas diferentes.

  • A inclusão é um processo no qual as habilidades, individualidades e potencialidades dos estudantes devem ser respeitadas e valorizadas para o alcance dos objetivos propostos.

  • Toda pessoa com deficiência tem direito a inclusão social ,mas para isso a escola deve estar preparada para recebe-lo .Precisa investir na formação dos professores, oferecer recursos pedagógicos alternativos e disponibilizar tempo para o planejamento das aulas, de forma que possam discutir cada caso e criar estratégias pensadas para cada turma. Além disso, o estudante com deficiência precisa do atendimento de especialistas e do apoio de intérpretes, cuidadores etc. Isso não significa, no entanto, privá-lo das atividades com os outros alunos, mas sim, complementar essas atividades. Porém esse acompanhamento diário de especialistas e cuidadores não há na rotina escolar,sobrecarregando o professor que tem turmas de 30 a 40 alunos em uma sala de aula.

  • Na inclusão torna-se necessário respeitar o tempo de cada indivíduo, visando o respeito e a necessidade de aprendizagem desse cada aluno

  • A Inclusão não depende apenas da boa vontade dos professores ou do gestor escolar. Precisamos de investimento nesta área, qualificação de professores e profissionais que possam atender esse aluno dentro das escolas regulares onde ele possa conviver com outras crianças e que as necessidades do aluno com AEE sejam de fato atendidas.

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