Relatos iniciais do DIVERSA

Cheguei à escola em agosto do ano de 2012 e logo comecei a auxiliar um professor amigo que já realizava um trabalho com alunos com deficiência. A turma era grande, pois a demanda era grande. Muitos eram os desafios e maior ainda era a minha vontade de trabalhar com eles. A cada dia que passava uma grande confusão de sentimentos me tomavam, era uma mistura de medo, alegrias, frustrações, risadas, choros e até desespero. Em meio a tudo isso, fiquei só com a turma, pois o professor iria se desligar da escola. Confesso que passou pela minha cabeça a vontade de deixar a turma, pois me achava “incapaz” de oferecer para eles o que precisavam. Foi quando apareceu a oportunidade de participar do curso Portas Abertas para a Inclusão, onde novas esperanças surgiram. 

Depois de muito sondar a turma, verifiquei que uma turma onde segregava os alunos não seria a melhor ideia, então sugeri aos pais que realizássemos um processo de inscrição de seus filhos em turmas que pessoas ditas “normais” frequentariam. Aos poucos, foram incluídos e iam interagindo com todos os participantes das diversas turmas. Conseguimos vários resultados positivos. Uma aluna com deficiência intelectual e esquizofrênica está muito feliz e adorando a turma de ginástica, onde demostra prazer no que está fazendo e segundo a mãe, fica ansiosa para que chegue logo o dia das aulas. Outro caso é o de um aluno com síndrome de Down que adora a turma de Rugby, quando pega a bola, logo corre e a lança para um amigo. Uma linda menina que possui paralisia infantil está belamente participando da turma de ginástica artística e se preparando para o seu 1º festival. O melhor de tudo é que todos os professores e funcionários da escola estão se mobilizando para atender a todos os alunos da melhor forma possível e com alguns contatos, realizamos uma parceria com a Associação Desportiva para Deficiente que nos ajudou na realização de alguns jogos de basquete sobre rodas e contamos com futura inclusão de projeto para 2014 de uma escola de esportes para pessoa com deficiência. Fizemos algumas ações e conseguimos uma grande participação de muitas pessoas, como já faz parte da cultura da comunidade, realizamos a III Paralimpíada como conclusão desse processo este ano. Ainda temos muito que melhorar, mas acreditamos que não nos faltará oportunidades.

 

Wellington da Silva Villar.

Professor Especialista Educação Física.

CEU Três Lagos, Grajaú/ SP

Participante do projeto Portas abertas para inclusão – 2013.

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