Para estimular o processo de leitura e escrita, educadoras criaram projeto que trabalhou imaginação, criatividade e uso de tecnologia
A Escola Dona Luiza Távora, localizada na região central do estado do Ceará, foi uma das primeiras escolas inauguradas no município de Quixeramobim, em 1964. Possui hoje 375 estudantes da educação infantil ao 9º ano do ensino fundamental, dentre eles, 21 são público-alvo da educação especial.
Em 2022, nós, professora de sala comum, coordenadora pedagógica, professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e técnica da secretaria municipal de educação, participamos da formação Materiais Pedagógicos Acessíveis, do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), e identificamos a questão desafiadora que era o retorno de estudantes do período pós-pandêmico. Algumas crianças não tiveram tanto acesso às aulas remotas e, quando chegaram na escola, encontraram dificuldades de leitura e escrita.
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Sendo assim, resolvemos pegar o projeto de uma professora de sala comum e incrementar. Tivemos boas ideias de uso de recursos, principalmente de tecnologia, que estávamos aprendendo na formação para envolver as alunas e os alunos e promover o desenvolvimento e a aprendizagem de todos. A turma que foi protagonista do projeto “Pirata das Palavras” foi de 2º ano, que tinha dois alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O projeto teve como objetivo proporcionar de forma lúdica o avanço no processo de escrita e leitura, deixando o ensino mais divertido, dinâmico e interessante para as crianças ao sair um pouco da prática pedagógica tradicional e utilizar a tecnologia como suporte.
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Apresentamos o projeto para os estudantes, dividimos a turma em equipes e desenvolvemos uma atividade de “caça ao tesouro”. No entanto, para que eles chegassem até o tesouro, eles precisavam passar por etapas com desafios de formação de palavras. Para isso, foram criadas ilhas, e cada ilha tinha duas palavras que eles precisavam formar. Foram quatro equipes, identificadas por cores. No final do percurso, a atividade final era a montagem de um quebra-cabeça em MDF no formato de diamante, que era o tesouro, nosso material pedagógico acessível.
Sabendo que a geração de nossos estudantes tem facilidade e um interesse grande em tecnologia, utilizamos tablets nas atividades. Os tablets serviam para a leitura de QR codes com vídeos de mensagens do pirata, que colocamos no Youtube da escola, dando dicas de onde estavam as ilhas. As ilhas foram criadas em diversos ambientes da escola, como na sala dos professores, na cozinha, na biblioteca, entre outros.
No início da formação, não entendíamos muito bem a proposta de materiais pedagógicos acessíveis. Mas, durante de todo o curso, fomos aprendendo a considerar a tecnologia na nossa prática pedagógica para a inclusão. Fizemos uma inovação diante de conteúdos que são trabalhados todos os anos: a alfabetização, a leitura e a escrita de palavras, mas trabalhamos de forma diferente, usando a tecnologia, a imaginação e a criatividade dos estudantes.
No fim, percebemos o quanto os alunos interagiram e estavam entusiasmados com a nossa nova prática pedagógica. O projeto proporcionou momentos de grande diversão.
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Este relato de experiência é fruto da participação das autoras na edição 2022 do Materiais Pedagógicos Acessíveis – formação em serviço para educadores envolvidos no processo de escolarização de estudantes público-alvo da educação especial em escolas comuns.
A edição de 2022 do projeto foi realizada pelo Instituto Rodrigo Mendes e o MudaLab, com parceria do Instituto Ambikira e Instituto Far, com objetivo de contribuir na construção de materiais pedagógicos acessíveis que auxiliem o processo de ensino-aprendizagem de estudantes com e sem deficiência.