Relatos iniciais do DIVERSA

Visão consolidada

O projeto foi desenvolvido na Escola Municipal Ana Hella, localizada na cidade de Curitiba-PR. A escola é composta por seis turmas do Ensino Fundamental I, sendo uma turma de 1º, 2º, 4º e 5º ano e duas turmas de 3º ano. Esse projeto se justificou pelo fato da escola em que atuo ter alunos com baixa visão e não conseguirem realizar as atividades da mesma maneira que os alunos com visão dita normal. Dentre os alunos temos um do 3º ano que necessita utilizar óculos, sendo que somando os dois olhos o déficit de visão é de 10 graus, enquanto outro do 5º ano tem Glaucoma.

Antes do projeto não tive experiência com educação inclusiva, o conhecimento que tinha era o mesmo do senso comum, pois nas outras escolas em que trabalhava não tive alunos que apresentassem alguma deficiência.

Na escola em que trabalho tenho apenas dois alunos com baixa visão e não chega a ser uma deficiência, porém ao propor as atividades a partir da redução da visão dos alunos e das alunas, tive uma adesão de todos os alunos. O projeto foi realizado com todos os alunos e alunas da escola, ou seja, alunos do 1º ao 5º ano.

A realização do diagnóstico ocorreu de maneira tranquila. Iniciei meu trabalho nessa escola no início desse ano (2013), dessa forma não tive muitas dificuldades. A equipe pedagógica auxiliou em tudo que era necessário para elaborar o diagnóstico e ajudar a delimitar nosso foco de atuação. Encontramos alguns facilitadores e algumas barreiras no momento do diagnóstico, dentre os facilitadores, podemos citar a Gestão Escolar, pois a equipe pedagógica está presente de fato na escola, auxiliando e contribuindo com todas as propostas que os professores sugerem. Dentre as barreiras destacam-se dentro das Estratégias Pedagógicas, os alunos que apresentam baixa visão e que têm dificuldade em realizar as atividades nas aulas de Educação Física. Podemos citar também a Família como uma barreira, pelo fato de sua presença ser pouco ativa dentro da escola.

O projeto teve como objetivo proporcionar aos alunos com baixa visão a vivência de diferentes conteúdos relacionados à Educação Física e sensibilizar os outros alunos para a dificuldade que é não ter a visão dita normal.

Dentre as estratégias destacaram-se:

• Propor à equipe pedagógica e professores regentes que nos auxiliassem ativamente no trabalho com os alunos com baixa visão.

• Adequar espaços e equipamentos que permitissem a realização das atividades relacionadas aos esportes adaptados, especificamente para pessoas com deficiência visual.

• Propor que a família com e sem deficiência participasse ativamente da escola e de suas dificuldades.

A principal dificuldade encontrada para a realização do projeto foi a efetiva participação da família, infelizmente não conseguimos integrar os pais desde o início do projeto até a sua conclusão, como era nossa intenção inicial. A participação da família ocorreu apenas ao escutar o relato das atividades feitas pelas crianças ao conversarem com os familiares ao chegar em casa.

Um dos objetivos do projeto era propor uma ação em que a família viesse até a escola e que os pais vivenciassem algumas atividades relacionadas à deficiência visual junto com seus filhos. No entanto, não tivemos uma data que os pais pudessem vir para a escola, pois poucos são os pais que tem disponibilidade de participar de ações que ocorram após o horário regular das aulas ou mesmo nos finais de semana. Dessa forma, a intenção da escola como um todo, para o próximo ano é propor diversas datas para que os pais participem da “vida” da escola.

Para a realização do nosso projeto não foi necessário a participação do AEE. Porém, tanto a direção quanto a equipe pedagógica participou ativamente desde a divulgação do curso proposto até a execução do projeto. No dia 01 de Outubro, no período noturno, foi realizada uma vivência com as professoras e equipe pedagógica da escola, onde foi possível apresentar os objetivos do projeto e realizar algumas vivências com as vendas para que tivessem condições de perceber as dificuldades e os desafios presentes nos conteúdos trabalhados com os alunos. Porém como afirmamos anteriormente, infelizmente a família não teve uma participação efetiva no desenvolvimento do projeto. O projeto também não contou com parcerias externas.

Os principais resultados alcançados ocorreram a partir das atividades realizadas com as crianças, pois foi possível sensibilizar e conscientizar que as pessoas com deficiência têm o mesmo direito ao acesso às diferentes práticas corporais realizadas dentro e fora do ambiente escolar.

 

Participante do projeto Portas abertas para a inclusão – 2013

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