Tive uma experiência com uma criança com TGD mais ou menos no ano de 2004, 2005, quando eu comecei a trabalhar no Colégio Cecília Meireles com uma aluna de 4 anos que apresentava problema na fala, ela escutava normalmente, mas não falava. Ela foi para o colégio por recomendação medica, pois os médicos haviam sugerido que ela tivesse contato com outras crianças para ajudar no seu problema. Quando vi aquela criança que só gritava e eu não entendia o que ela queria me dizer entrei em desespero, pois não sabia o que fazer e nem como lidar com aquela situação. Naquele momento, tive todo o apoio da coordenação e da direção do colégio. A primeira decisão que foi tomada foi ter uma conversa com a fonoaudióloga para saber como tratar o caso, relatei tudo que acontecia na sala de aula, e que eu não sabia como fazer, pois ela gritava quando queria alguma coisa. Após a conversa, a fono me ensinou a fazer alguns exercícios de vibração sonora para eu passar a ela e com isso ela foi ficando mais tranquila, e já não gritava mais como antes. Comecei a usar também imagem para ela pedir para ir ao banheiro, que era outro problema. Ela usava fralda, com as imagens consegui aos poucos ir tirando a fralda, não foi fácil, precisou de muito esforço tanto da família como da minha parte. A mãe era muito presente no colégio, sempre estava lá relatando o que a menina aprendia e para mim era uma satisfação muito grande. Com muito exercício de vibração sonora consegui que ela pronunciasse algumas palavras como: “mama” para mamãe, ”papa” para papai e “xixi”, o mais importante para não ser mais preciso trocar as fraldas, pois ela era grande.
Senti-me um pouco frustrada quando ela chegou, pois dava a impressão de que ela não estava aprendendo nada, mas a mãe sempre vinha relatar que ela contava do jeito dela o que acontecia em sala de aula. Pena que ela não pode ficar no colégio, por motivos particulares, teve que se mudar, mas eu me encontrei com ela e ela pronuncia palavras novas, mas ainda apresenta dificuldade na fala.