Planejamento pedagógico na perspectiva inclusiva

O termo planejamento pode parecer alheio às constantes e dinâmicas transformações que a educação nos convoca a realizar, sobretudo quando pensamos em planejamento pedagógico na perspectiva inclusiva.

Nos dias atuais, em que estudantes e toda a comunidade escolar edificaram novas formas de aprender e ensinar, convivendo com as realidades trazidas pelo isolamento social durante a pandemia da covid-19, planejar se torna um desafio. Para que os resultados esperados sejam alcançados, os objetivos e intenções pedagógicas precisam acompanhar o processo de criação e definição deste planejamento. E a prática de trabalho colaborativo potencializa esse processo.

Considerar que o caminho a ser percorrido é diverso, orgânico e com especificidades nos permite identificar as potencialidades e os desafios que cada realidade local experimenta e, a partir delas, construir estratégias para alcançar os objetivos pedagógicos estabelecidos.

Para tanto, o planejamento precisa ser construído de forma colaborativa e transdisciplinar, proporcionando um olhar múltiplo sobre o mundo em que vivemos e que nos permita avançar em direção a uma educação e sociedade realmente inclusivas e emancipadoras.

Ao elaborar um planejamento pedagógico que considere a diversidade da comunidade escolar, incitamos a criatividade, o senso de pertencimento, o respeito, o protagonismo, entre outros aspectos essenciais para a construção de sujeitos críticos e atuantes no mundo contemporâneo.

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Diversidade na comunidade escolar

A fim de construir um espaço de diálogo, é necessário um movimento que considere a relevância dos diferentes saberes que compõem a comunidade escolar, sem hierarquizá-los. Cada um vivencia a escola de um jeito, e nessa pluralidade conseguimos enxergar quais estratégias estão funcionando e quais devem ser revistas para garantir uma educação de qualidade a todas e todos.

Ou seja, as tarefas que eram só da gestão e dos docentes se abrem e passam a ser enriquecidas pelas opiniões das outras partes interessadas: estudantes, famílias, organizações da sociedade civil e outros parceiros da comunidade.

Nesse caminho, algumas ações podem ser tomadas pela equipe escolar, com o intuito de fomentar a participação e a paridade no diálogo com o território e suas dinâmicas. São elas:

  • Planejamento de encontros dinâmicos, organizados e com pautas que discutam os assuntos de forma direta e simples;
  • Uso de linguagem acessível e cuidados para que os espaços de abertura e participação sejam inclusivos;
  • Consideração dos diferentes pontos de vista, reavaliando a postura histórica da escola e equalizando novas possibilidades de ação;
  • Abertura de espaços de contribuição não presenciais e assíncronos, privilegiando múltiplas formas de participação;
  • Compartilhamento de deliberações e de resultados, tornando visível as conquistas geradas na relação escola-família;
  • Apresentação de dados que relacionam os benefícios da relação ao desenvolvimento dos estudantes.

Um planejamento pedagógico na perspectiva inclusiva amplia e fortalece a colaboração de cada educadora e educador na construção de uma comunidade escolar onde ninguém é deixado para trás.

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Curso gratuito de planejamento pedagógico

Pensando em trazer reflexões e ferramentas para auxiliar a ação pedagógica, o Instituto Rodrigo Mendes (IRM), em parceria com a Fundação Lemann, elaborou o curso autoinstrucional Planejamento pedagógico na perspectiva inclusiva. Esse material comporta estudos de caso, videoaulas, textos e atividades reflexivas.

Alguns de seus tópicos principais são: etapas do planejamento pedagógico, seus desafios e potencialidades, bem como a importância de se planejar colaborativamente, escutando as diversas vozes que compõem a comunidade escolar.


Camila Aguiar é analista da área de Formação do Instituto Rodrigo Mendes, Bacharel em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia de São Paulo.

Jéssica Vassaitis é formadora no Instituto Rodrigo Mendes e educadora, graduada em Educomunicação pela Universidade de São Paulo. Atualmente cursa pós-graduação em Tecnologia e Educação na Universidade Federal de São Carlos.

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