Alunos aprendem ciências com material concreto que simula sistema Terra e lua

Sou professora em uma turma do 4º ano do ensino fundamental da escola municipal José Mariano dos Passos, no município de Belford Roxo (RJ). A turma era formada por 31 estudantes e um dos garotos tinha Síndrome de Down. Durante algumas aulas, usamos o material pedagógico acessível Sistema Terra e lua para desenvolver uma atividade mais prática. Já havia falado sobre o sistema solar no início do ano, mas, naquela oportunidade, os alunos não tiveram acesso a nenhum material concreto.

Este vídeo conta com legendas em português, audiodescrição e Libras
Um dia antes da atividade, as crianças tiveram uma aula sobre o tema com a professora da sala de leitura. A docente leu com eles um livro que explicava de forma simples como o sistema solar era formado e como funcionava. No dia seguinte, quando o material pedagógico foi apresentado a eles, os estudantes puderam manusear representações da Terra e da lua feitas com isopor. Também viram e sentiram as texturas dos cartões com imagens que mostram as diferentes fases da lua.

A prática com Sistema Terra e lua

Para desenvolver a atividade, organizamos as carteiras em círculo na sala. Com todos alunos sentados, fui explicando o conteúdo e cada um, na sua vez, levantou para tocar o sistema. Alguns, por timidez, não levantaram, mas a maioria participou, interagiu e tirou dúvidas.

Para deixar a atividade mais divertida e interessante, usei a lanterna do celular como forma de simular a luz do sol incidindo sobre a Terra e a lua. Tentei escurecer ao máximo a sala de aula e isso fez com que todos prestassem atenção, o que é difícil de conseguir em uma turma com 31 crianças! O Arthur, que tem Síndrome de Down, costuma ficar agitado, mas durante a atividade ficou muito atento e me ajudou fazendo a relação do que eles estavam vendo com aquilo que havia sido aprendido no dia anterior.

+ Aprenda a fazer o Sistema Terra e lua

O dia a dia em sala de aula pode ficar muito na teoria. Usar o material aproximou do concreto aquilo que é conceitual. E por conta da questão do diferente, eles participaram. É difícil despertar a curiosidade nessas crianças, por causa do contexto adverso em que várias delas vivem. Em geral, não demonstram muito interesse pela investigação, não há muito incentivo fora da escola. Poder ver concretamente o que aprenderam no livro é algo que facilita o entendimento.

Ciências e matemática

De modo geral, percebi que todos tiveram maior compreensão do tema, que é da área de ciências. O que me chamou mais a atenção e me surpreendeu foi o quanto o Arthur ficou encantado com o material. Ele mexeu muito nos objetos, mas soube a hora de sentar para dar a vez aos colegas. Nessa atividade, ele desenvolveu bastante a oralidade e teve a iniciativa própria de ir até o quadro para escrever sobre a lua e a Terra.

Penso, em outro momento, em criar uma situação com o uso do sistema e que envolva a matemática. Bolar um problema sobre o assunto, usando a multiplicação, por exemplo, para aguçar o interesse da turma.

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