Marco lógico na educação inclusiva: o quê e como podemos fazer?

O marco lógico é uma ferramenta para preparação, execução e avaliação de projetos ou programas. Ele requer a antevisão de uma estrutura na qual, com vistas ao atingimento de uma dada finalidade, são estabelecidos objetivos e estes se desdobram em componentes, ou seja, condições necessárias para que tais objetivos sejam atendidos. O elemento norteador no planejamento de qualquer ação consiste na determinação de uma sequência de atividades que comporão o plano de ação. A ideia do marco lógico consiste, portanto, na antevisão de um resultado, na escolha dos meios e fontes de evidência utilizados para a mensuração do alcance de seu propósito e objetivo geral. Além de elencar os meios e as fontes, devem ser estabelecidos também, no marco lógico, as suposições e pressupostos para o atingimento dos objetivos estabelecidos.

Em se tratando de programas orientados à educação inclusiva da pessoa com deficiência tais pressupostos podem dizer respeito ao comprometimento de todos os atores sociais envolvidos (família, equipe pedagógica e coordenação) com o objetivo, antevendo, previamente, quais os resultados esperados. Metas envolvendo tanto a sociedade quanto a comunidade escolar podem ser determinadas em função do seu propósito central. Tais metas devem ser objetivas, expressando apenas um único resultado esperado e baseadas em critérios de qualidade, quantidade, tempo e, eventualmente, custos. A meta deve trazer consigo indicadores de efetividade e de alcance, que devem estar plenamente alinhados ao que se espera do programa de educação inclusiva. O marco lógico é determinado sempre em função do(s) objetivo(s) a que se pretende atingir. Em programas de educação inclusiva é fundamental que tal marco seja definido a partir de diretrizes educacionais de Estado e sua aplicabilidade à realidade das escolas em nível estadual e municipal.

O engajamento de todos os atores os sociais envolvidos é, talvez, a peça-chave que faz toda a engrenagem da educação inclusiva gerar resultados de efeito à promoção da cidadania e aprendizagem dos indivíduos com deficiência. Quando se sabe os resultados que se deseja alcançar fica muito menos complicado planejar o passo a passo das atividades previstas numa logicidade de ações complementares e interdependentes orientadas ao seu alcance. O uso ótimo dos recursos e qualificações humanas dos profissionais envolvidos é fundamental ao pleno êxito do programa de educação inclusiva! Desafios e obstáculos de toda sorte existem. Mas, vamos tentar?


Francisco Antonio Coelho Junior é doutor em Psicologia Social, do Trabalho e Organizacional pela Universidade de Brasília. É Professor Adjunto do Departamento de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração da mesma Universidade.

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