Sou professora do atendimento educacional especializado (AEE) na Escola Municipal Doutor Ely Baiense Vailante, no município de Mesquita (RJ). Em uma aula com uma turma do 2º ano do ensino fundamental, utilizei o material pedagógico Pirâmide alimentar interativa.
Iniciei a atividade mostrando a pirâmide alimentar e as peças que deveriam ser encaixadas nos espaços vazios. Elas eram feitas de isopor, em forma de triângulo, e continham imagens de alimentos, bebidas ou exercícios físicos. Em seguida, pegava uma dessas cartelas e perguntava o que era aquele desenho e se eles achavam que aquela comida deveria ser consumida muitas vezes ao dia ou não. As crianças diziam o que achavam e encaixavam a peça no material, de acordo com a resposta. Se acertassem, uma luz acendia.
O recurso era dividido por cores que indicavam os sete grupos de alimentos. Expliquei aos alunos que na parte de baixo da estrutura ficavam as comidas que deveriam ser ingeridas com frequência. Já na parte de cima, o que deveria ser consumido com moderação. Eles entenderam a proposta do jogo e falavam: “Isso é muito” ou “isso é pouco”. Assim, eles iam fazendo essa avaliação de quantidade.
Aprendendo a usar a Pirâmide alimentar interativa
Por ter uma nova configuração, no início, confesso que fiquei um pouco confusa com o material. Quando eu não sabia onde a peça deveria ser encaixada, consultava o gabarito. E as crianças falavam: “Você está colando, não pode olhar!”. Eu explicava que fazia isso porque tinha que saber a resposta certa, para elas não ficarem com dúvida.
+ Aprenda a construir a Pirâmide alimentar interativa
Isso me fez perceber a importância de aprender junto com os estudantes. Eu mesma me surpreendia com algumas respostas. Quando perguntei para Wallace, que tem TDAH, o que era determinada peça, ele respondeu: “Um humano fazendo exercícios”. Questionei novamente: “Essa cartela tem que ficar aonde?”. E ele: “No lugar de ‘só às vezes’, porque eu fico cansado”. Mas depois ele voltou e falou: “Não, todo dia, todo dia!”. E colocou a peça na base.
Um dos alunos com dificuldade de aprendizagem não compreendeu que as peças deveriam ser colocadas nos espaços vazios do recurso. Como o colorido chama mais atenção, ele associou a cor à ação. Então, antes da sua vez de jogar, eu repassava as orientações da brincadeira. Já em sua terceira tentativa, ele conseguiu fazer a atividade sozinho.
Interatividade e multidisciplinaridade
O tamanho e o formato do recurso e das cartelas facilitou o manuseio e estimulou bastante as crianças, tanto as com deficiência quanto as sem. Entretanto, se alguém tivesse algum problema motor, as peças, feitas de isopor, poderiam quebrar facilmente. Acredito que essa seja uma questão que poderemos melhorar com o tempo. As luzes foram o ponto forte da atividade. As crianças sabiam que se a figura estivesse no lugar certo, a luz acenderia. Então, quando isso acontecia, era uma festa!
Os conteúdos e questões trabalhadas na atividade cobriram um espectro importante de temas curriculares, como interação, aprender a esperar sua vez, ampliação do vocabulário (com o uso de termos como moderado e frequente), noções de alimentação e hábitos saudáveis, de proporção e de quantidade (muito, pouco, toda hora, só um pouquinho…). O material pedagógico é muito rico e, por isso, penso em usá-lo com outras turmas. É difícil conseguir prender a atenção dos estudantes em sala de aula. Se não tornarmos a atividade interessante de alguma forma, eles não se engajam. O fato de o recurso ter um mecanismo de acender luzes o torna mais interessante e diferenciado.
A escola deseja novidades. Os alunos querem o novo e nós, professores, também. Queremos sair da rotina, ter a oportunidade de desenvolvermos novas tecnologias. Não me refiro à tecnologia elaborada, mas àquela simples, do dia a dia. Por isso, materiais como a Pirâmide alimentar interativa, que diversificam a aula e envolvem as crianças, são essenciais.