O Jogo de luz e sombra é um material pedagógico acessível que permite aos estudantes formar palavras e frases por meio da projeção de letras, sílabas e figuras em uma parede. O recurso foi usado em uma das turmas de 2º ano do ensino fundamental do Centro integrado de educação pública (CIEP) Marie Curie, no município de Duque de Caxias (RJ), onde sou professora. Participaram da atividade 18 crianças. Dessas, uma tinha deficiência intelectual e outras duas apresentavam dificuldades de aprendizagem.
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Além dessa, realizamos outras brincadeiras. Com charadas do tipo “o que é, o que é?”, eu apresentava as imagens e pedia às duplas para escreverem o termo correspondente. Os estudantes também criaram palavras a partir das letras do próprio nome e identificaram quantas e quais letras de um determinado termo eram repetidas.
Interdisciplinaridade e tecnologia
Identifiquei muita coisa boa nesse material pedagógico. Ele pode ser usado em outras disciplinas, como nas aulas de ciências naturais, para trabalhar o nome de animais, ou nas aulas de matemática, com a contagem de letras. Ainda na área da língua portuguesa, é possível contar uma história e pedir para a criança formar o nome do personagem, treinar a ortografia, o uso de dois “r” e dois “s” etc.
Acredito que o Jogo de sombra e luz também permite sondar em qual nível de leitura e escrita os alunos estão, como alfabético, alfabético ortográfico, silábico com valor sonoro etc. Antigamente, o chamado método da cartilha era bastante utilizado na alfabetização. Mas hoje em dia, os professores dispõem de recursos muito mais atrativos. Nesse sentido, o uso da tecnologia – da internet, de aparelhos celulares – pode ser muito proveitoso.
Experiência surpreendente
Quando ligava a lanterna, os estudantes ficavam empolgados. Ao notar que a palavra em cima da mesa, de repente, tinha sua sombra projetada no quadro branco, eles apontavam e diziam: “Olha lá, olha lá!”. Dava para ver no rosto o quanto eles estavam achando a atividade interessante.
O professor sempre se surpreende com seus alunos. Às vezes, ensinamos e sentimos que eles não estão entendendo. Mas, de repente, lidamos com surpresas, como quando o Luís Carlos escreveu a palavra “flor”. Ele trocou o “l” pelo “r”, tudo bem, mas logo depois consertou. Naquele momento, ele, que antes somente reconhecia as letras, mostrou estar em nível silábico com valor. Vê-lo fazer isso foi uma satisfação muito grande para mim. Gostei muito da experiência!