Experiências que colaboram para a construção de conhecimento sobre uma educação plural

Estávamos conversando sobre experiências interessantes de educação inclusiva na Europa, quando minha amiga indicou um vídeo produzido pela ONCE, organização que visa contribuir com a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. Rodado na Espanha, o filme apresenta uma sala de aula em que uma das crianças, protagonista da narrativa, é cega. Por meio do uso de tecnologias assistivas, da interação com os colegas e do apoio dos pais, o estudante consegue ultrapassar sua barreira sensorial e participar plenamente das atividades escolares – até mesmo quando isso envolve a interpretação de conceitos diretamente ligados à visão.

Este vídeo conta com legendas em português
Até pouco tempo atrás, eram raros os casos de educandos com deficiência matriculados na sala de aula regular. A maioria era encaminhada para escolas especiais ou simplesmente excluída do sistema de ensino. Atualmente, no entanto, vários países desenvolvem políticas públicas que transformam o que era exceção em regra.

Experiências de educação inclusiva na prática

Nos últimos anos, o Brasil avançou muito nessa área. A começar por uma mudança de conceito. A educação especial, antes traduzida como modalidade substitutiva ao ensino regular, hoje é entendida como modalidade integrada, complementar ao processo de escolarização. A ideia é que a criança com deficiência frequente a sala de aula regular e receba atendimento especializado no turno contrário. Esse modelo está em consonância com a Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, aprovada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário. Segundo ela, os Estados-parte devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino.

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+ O que muda na educação especial com a perspectiva inclusiva?

A boa notícia é que tais mudanças extrapolam o campo da teoria e são já observadas na prática. O Ministério da Educação, por exemplo, realizou em 2010 o prêmio Experiências Educacionais Inclusivas e selecionou cinco escolas brasileiras (uma por região do país), em virtude de sua concepção inclusiva. Os organizadores do prêmio obtiveram significativos resultados e acabaram de lançar sua segunda edição. Tais escolas foram objetos de pesquisa do DIVERSA, que disponibilizou vídeos e estudos de caso sobre essas experiências. São demonstrações de que, apesar dos enormes desafios e resistências, é possível pensar e praticar uma educação pública igualitária e plural.

+ Leia todos os estudos de casos do DIVERSA

Assista aos documentários dessas práticas:

Este vídeo conta com legendas em português, inglês e espanhol (ativadas na barra do player). Todos os estudos de caso têm versões com audiodescrição e Libras

Além disso, no DIVERSA, você encontra outras práticas educacionais inclusivas em nossas seções de:
+ Relatos de experiência
+ Materiais pedagógicos acessíveis


Rodrigo Hübner Mendes é fundador do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), organização que desenvolve programas de educação inclusiva. É mestre em administração pela Fundação Getulio Vargas (EAESP), membro do Young Global Leaders (Fórum Econômico Mundial) e Empreendedor Social Ashoka.

Este artigo foi originalmente publicado na revista TAM nas Nuvens, edição 35.

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