A inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física é uma realidade cada vez mais marcante. Estamos vivendo um momento no qual a sensibilidade individual e coletiva em relação à diversidade humana tem proporcionado um maior comprometimento dos professores de Educação Física com suas aulas e, consequentemente, colaborado para a efetivação e participação dos alunos com deficiências nas atividades curriculares.
Ao longo da história, muitos dos espaços sociais foram negados à pessoa com deficiência e, entre eles, o espaço escolar, em especial nas aulas de Educação Física. O acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis pressupõe a adoção de medidas de apoio específicas para garantir as condições de acessibilidade, necessárias à plena participação e autonomia dos estudantes com deficiência, em ambientes que maximizem seu desenvolvimento acadêmico e social.
A Educação Física inclusiva tem preconizado outro significado de corpo. Prevalece, em suas atividades, contra a busca do individual, em prol de uma Educação Física mais coletiva. Nesta perspectiva, o corpo deixa de ter um entendimento mais focado em sua dimensão biológica e passa a valorizar as possibilidades de movimento e a convivência social. Os objetivos pedagógicos das aulas de Educação Física estão sendo estabelecidos a partir das possibilidades de cada discente. Os professores, normalmente acostumados a um trabalho individualista, são chamados, neste contexto, a se interrogar sobre suas prioridades de educadores e sobre os meios que privilegiam.
Esta disciplina se apresenta como um foro para celebrar as diferenças corporais, oferecendo a oportunidade de ressignificar, fortalecer e divulgar valores e manifestações que perpetuem a expressão de identidades, contribuindo para a promoção, valorização e salvaguarda da cultura e do direito do cidadão brasileiro.
Você sabe a diferença entre educação física inclusiva e educação física adaptada? Entenda melhor sobre o tema lendo o estudo de caso do DIVERSA.
Eliana Lúcia Ferreira é graduada em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal de Uberlândia. Concluiu mestrado e doutorado em Educação Física e pós-doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas, professora titular da Universidade Federal de Juiz de Fora e coordenadora dos cursos de extensão e especialização em Atividade Física para Pessoas com Deficiência Física.
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