Relatos iniciais do DIVERSA

A Escola Classe 04 do Paranoá, localizada na Região administrativa do Paranoá, a 30km de Brasília (DF), subordinada à Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. Está composta por 52 professoras (sala de recursos onde tem 02 professoras, 01 itinerante de Deficiência Visual, 01 psicóloga, 01 pedagoga e 02 orientadoras), 20 profissionais da carreira assistência. Possui 16 salas de aula, 01 biblioteca, 01 sala de informática, 01 salas de recursos, 01 sala para educação integral e 01 quadra poliesportiva sem cobertura e não possui refeitório. Possui 648 alunos, distribuídos em 34 turmas, sendo 17 no turno matutino e 17 no turno vespertino. 1º Anos 04 turmas, 2º Anos 05 turmas, 3º Anos 08 turmas, 4º Anos 08 turmas, 5º Anos 05 turmas e EE 04 turmas. Em diagnóstico temos 25 alunos encaminhados e 167 na lista de espera para fechar diagnóstico. 

É possível sim que professores e escolas trabalhem com inclusão, desde que tenham boa vontade e predisposição para lidar com os desafios, e acima de tudo, que não criem barreiras alegando falta de estrutura, pois a melhor estrutura é a vontade de fazer e o amor que precisamos dar a estas crianças. Estou falando isto devido à experiência que tivemos em realizar o Projeto Trilhas em nossa escola sem dispormos de estrutura e espaços. Partindo do diagnóstico da nossa escola, resolvemos adaptar o Projeto Trilha inicialmente dentro da mesma com uma Trilha Sensorial, envolvendo todos os professores e alunos da escola. Depois partimos para fora dos muros da escola levando os alunos para trilhas no Parque Nacional de Brasília, onde após a mesma, os alunos foram para a piscina e lá viveram experiências maravilhosas de superação do medo d’água e confiança no próximo. 

Uma experiência gratificante ocorreu há alguns anos quando recebemos uma aluna com paralisia cerebral e com um quadro motor bastante comprometido, que andava de cadeira de rodas, mas encaramos o desafio. E A. sensibilizou colegas e professores. E qual não foi nossa surpresa quando ao estimular a parte cognitiva com atividades para seu aprendizado, A. começou a se desenvolver e hoje está em uma sala de 5º ano. Já não anda mais de cadeira de rodas, anda e brinca com os colegas no recreio, nos assusta pois temos medo que caía, mas nem por isso a privamos da necessidade de socialização.

Trabalhamos com alunos com a Síndrome de Lowe, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Deficiência Intelectual, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual, TDHA, e outros, e todos têm avançado. Respeitamos seu próprio ritmo e isto sem nenhuma estrutura especial, apenas com consciência e responsabilidade social acrescida de grande dose de respeito para com as diferenças e amor para com as dificuldades dos outros, pois estas crianças são acolhidas e muito queridas pelos colegas e todos os professores e servidores da escola. 

A Escola Classe 04 do Paranoá é hoje polo em ensino de surdos, e embora tenha espaços limitados aos alunos com deficiências, visto que é construída com muitos desníveis, defende espaços e serviços de inclusão a qualquer aluno, e foi por isso, que Eu, Glória que é coordenadora, Sônia da sala de recursos, e Peterson, o professor de educação física, participamos desse curso com o objetivo de fazer cumprir as práticas de educação inclusiva, relacionadas aos alunos com deficiência no âmbito do AEE.

 

Participante do projeto Portas abertas para a inclusão – 2013

Deixe um comentário