Pedagoga produz tutorial para apresentar o portal a educadores e elabora artigo onde indica o DIVERSA como referência em conteúdo sobre ensino inclusivo
Foi durante a disciplina “Materiais e objetos educacionais” do mestrado em Educação Especial, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que a pedagoga Helayne Carvalho teve o primeiro contato com o portal DIVERSA e seus conteúdos. A breve apresentação feita pelos professores impulsionou a educadora a conhecer mais sobre a plataforma.
Helayne é professora alfabetizadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e supervisora escolar, ambos trabalhos ocorrem na rede municipal de João Pessoa (PB). Ela vem atuando para que ocorra na prática uma educação inclusiva nas duas escolas em que trabalha, utilizando sua especialização em educação especial como base. O portal veio como grande auxiliador na execução de práticas inclusivas.
“A plataforma é uma ‘mão na roda’, como se diz no Nordeste. O DIVERSA tem uma linguagem acessível e os conceitos me chamaram atenção, possibilitando a aplicabilidade do conteúdo por professores, gestores e pais. O mais interessante são as propostas de atividades, pois temos acesso como se faz e ao que dá certo lendo os relatos de experiência dos educadores.”
Como parte da disciplina do mestrado e para compartilhar a plataforma, no fim do ano passado, Helayne decidiu produzir um tutorial em vídeo para apresentar o portal DIVERSA às professoras e professores do país. A produção foi realizada em casa, com a ajuda do filho que tem experiência com edição de vídeos, utilizando o próprio celular. O tutorial demonstra a navegação na plataforma, mostrando os conteúdos disponíveis, que atualmente conta com 223 artigos de especialistas, 371 relatos de experiências de educadores, 56 materiais pedagógicos acessíveis e 17 estudos de casos. Pensando na acessibilidade, o conteúdo foi legendado e contém tradução em Libras.
Confira o tutorial produzido pela educadora
Após a conclusão do tutorial, o conteúdo foi compartilhado no acervo do eduCAPES, portal de objetos educacionais abertos para uso de estudantes e professores da educação básica, superior e pós-graduação, e um resumo expandido da elaboração do objeto educacional foi exposto no III Encontro de Psicologia Educacional.
Tecnologias e formação docente
A participação no encontro rendeu à educadora um espaço na Revista Humanidades e Inovação para publicação de um artigo sobre o objeto educacional. O texto foi construído juntamente com a orientadora do mestrado, Rita de Cássia, e o pedagogo Andrialex Silva, e aborda o processo de elaboração do tutorial e o potencial das tecnologias da informação como ferramenta para a formação docente na perspectiva inclusiva.
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No que diz respeito à formação docente, Helayne acredita que as plataformas de educação são ótimas ferramentas para que as educadoras e educadores possam continuar aprimorando seus conhecimentos, atendendo às necessidades educativas de seus estudantes. No artigo, o DIVERSA é apontado como referência para professores ao disponibilizar e compartilhar conteúdos teóricos e práticos sobre educação inclusiva em todos os níveis de ensino.
Sabendo que, na maioria das vezes, a carga de trabalho não permite aprimorar os conhecimentos, na Escola Municipal Padre Leonel da Franca, onde atua como supervisora escolar, ela apresentou a proposta de formação continuada em serviço, onde será feito um grupo colaborativo de estudos da educação inclusiva, focada na alfabetização.
“Às vezes ficamos nesse automatismo de trabalhar, dar aula, voltar para casa… mas e o pensar na minha prática? Quando realmente estou nesse processo formativo é possível fazer a reflexão da prática pedagógica, por isso a formação é extremamente importante; é um espaço em que o professor reflete o processo que está dando em sala de aula e reflete a necessidade educativa de cada aluno”.
Olhar inclusivo
Para uma educação cada vez mais inclusiva, a educadora participa ativamente do processo de planejamento das estratégias pedagógicas, auxiliando os demais professores a terem atividades e práticas inclusivas no cotidiano da escola.
Ela conta que as professoras e professores que atuam ao lado dela, após conhecerem o DIVERSA, começaram a ter um olhar ainda mais inclusivo. “Os educadores que eu acompanho tiveram o interesse de conhecer a plataforma e têm mais facilidade para atuar no dia a dia com os alunos, principalmente com estudantes público-alvo da educação especial. Eles podem ver na prática que é possível, de maneira muitas vezes simples, realizar uma educação para todos”.
Helayne observa que ainda há muito o que fazer nas escolas, principalmente na questão da formação docente. Mas defende que os desafios devem ser desbravados com otimismo, vontade e força para vencer os obstáculos: “Há políticas públicas que estão postas e precisam ser efetivadas. Estamos em um momento de perda de direitos, mas precisamos resistir com estudo para nos apropriarmos mais dos conceitos e fazermos valer o direito dos alunos em busca da educação inclusiva, que acolhe, insere e não diferencia”.
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