Maioria dos educadores entrevistados concorda que a presença de crianças com deficiência em salas inclusivas traz benefícios a todos
Entre as doze pesquisas publicadas no DIVERSA até o momento, há um levantamento feito pelo Datafolha, a pedido da Fundação Lemann e apresentado pelo IRM, que mostra que a maioria das educadoras e educadores acreditam que a escolarização de crianças com deficiência junto às demais traz benefícios a todos os estudantes.
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A pesquisa foi realizada com 967 educadores de todas as regiões brasileiras, que lecionam em redes públicas para turmas do ensino fundamental I e II ou ensino médio. As entrevistas foram feitas por telefone, entre novembro e dezembro de 2021.
De acordo com o resultado, 70% concordam com a presença de estudantes público-alvo da educação especial em salas inclusivas.
Se divididos em grupos por níveis de ensino, os resultados indicam que 76% dos docentes que lecionam para alunos e alunas dos anos iniciais do ensino fundamental entendem que a inclusão de estudantes com deficiência nas escolas comuns beneficia a todos. O índice é de 66% considerando a opinião de professores dos anos finais do ensino fundamental e de 72% entre docentes do ensino médio.
Direitos e desafios
Da mesma forma, os educadores também foram questionados sobre conhecerem os direitos dos estudantes com deficiência de terem acesso a escolas comuns. Considerando o total da amostra, 95% responderam que sim.
“A opinião dos professores nesta pesquisa corrobora o que a legislação brasileira já garante e as evidências científicas mais recentes mostram. A inclusão dos estudantes com deficiência nas escolas comuns beneficia a todos e a cada um”, diz Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do Instituto Rodrigo Mendes (IRM).
É importante ressaltar que os principais marcos normativos vigentes no Brasil sobre educação inclusiva são a Lei Brasileira de Inclusão (2016) e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (PNEE) (2008). O Decreto 10.502/2020, que buscava mudar a PNEE para uma perspectiva de segregação, foi revogado no início de 2023.
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Apesar de a maioria dos docentes conhecerem os direitos e concordarem com a educação inclusiva, 40% apontaram que nunca realizaram uma formação sobre inclusão.
Dentre os professores dos anos iniciais do ensino fundamental, o percentual é de 31%. Do mesmo modo, os que lecionam para turmas dos anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio, o índice é de 36% e 50%, respectivamente.
Esse é um dado relevante, uma vez que as formações continuadas são espaços para a prática pedagógica na perspectiva inclusiva.
Ainda nesse recorte, são docentes do Nordeste (49%) e do Norte (41%) que formam os maiores grupos dos que nunca fizeram esse tipo de formação. Na região Sudeste são 40% e na Sul 28%, tal como na região Centro-Oeste.
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