No dia 4 de outubro, o DIVERSA faz aniversário. Criado em 2011, o portal foi pioneiro no debate sobre educação inclusiva no país. Na época, milhões de estudantes com deficiência chegavam às escolas regulares em razão da publicação, poucos anos antes, da política nacional que prevê a matrícula preferencial dos alunos público-alvo da educação especial em ambientes comuns. Nesse período, nossos estudos de caso, relatos de experiência e artigos já enriqueciam o repertório de educadores, diretores e gestores públicos interessados em incluir com qualidade.
De lá para cá, a plataforma cresceu: inaugurou um espaço de conversas sobre inclusão, um acervo de materiais pedagógicos acessíveis e uma área para quem quer entender o que é a educação inclusiva. Para comemorar esses sete anos de produção de conhecimento, conversamos com alguns educadores para saber como eles usam o DIVERSA como fonte de referência no dia a dia.
Discussão de casos
Maria de Lourdes de Moraes Pezzuol é professora do atendimento educacional especializado (AEE) em Mogi das Cruzes (SP). Há 27 anos na educação pública, a docente conta que descobriu o site em uma pesquisa sobre educação inclusiva há dois anos — e que desde então, não parou de acessá-lo.
Maria destaca que gosta muito de conversar sobre situações reais de inclusão escolar no espaço de compartilhamento de dúvidas. “Eu respondo muitas perguntas no fórum e, consequentemente, acabo aumentando meu conhecimento sobre o tema”, ressalta. Para a professora, é importante discutir casos concretos para evitar cair em armadilhas assistencialistas no atendimento a estudantes com deficiência. “Os conteúdos do DIVERSA ampliam nosso conhecimento sobre o tema e colocam em questionamento as práticas escolares que estamos acostumados a fazer”, conclui.
Assista ao depoimento da professora:
Conhecimento compartilhado
“Foi um divisor de águas na minha carreira”. É assim que o professor Douglas — conhecido como Doug “Alvoroçado” em sua comunidade escolar, no Rio de Janeiro (RJ) — descreve seu contato com a plataforma, que conheceu há cerca de quatro anos. Segundo o educador, por meio do DIVERSA, ele percebeu que não estava só. “Descobri outros professores passando pelas mesmas alegrias e desafios que eu vivenciava em sala de aula”, revela.
Doug destaca o que mais gosta no portal: os relatos de experiências, os conceitos da área de educação inclusiva, que costuma indicar para os colegas, e a possibilidade de compartilhar conhecimento. O professor já publicou um artigo na plataforma. “Percebi que, assim como eu estava sendo alimentado, todos poderiam contribuir um pouco para inspirar os outros com suas experiências. Essa troca é muito importante para nossa profissão”, comenta.
Valorização de boas práticas
Já Claudia Upton, de Belém (PA), conheceu o site durante um curso do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), entidade sem fins lucrativos que mantém a plataforma. Em 2015 e 2016, a então diretora da Escola Municipal Terezinha Souza e sua equipe participaram do programa de formação em educação física inclusiva do Instituto. Na oportunidade, eles desenvolveram projetos de atletismo e de tênis que foram publicados no DIVERSA.
De acordo com Claudia, o site valoriza boas práticas e mostra que é possível incluir os estudantes com deficiência nas escolas comuns. “Quando vemos nossos projetos no portal, nos sentimos valorizados e fortalecidos em poder continuar o projeto de inclusão na escola” ressalta. Veja o depoimento da educadora:
Abrace a Comunidade DIVERSA
O DIVERSA é uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos que tem como missão colaborar para que toda pessoa com deficiência tenha uma educação de qualidade na escola comum. Para garantir a manutenção do projeto, o IRM promove, até 27 de novembro, a campanha Abrace a Comunidade DIVERSA. Confira as informações e saiba como realizar sua doação em abraceobrasil.org/projetos/institutorodrigomendes.