No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, o DIVERSA traz 10 cientistas que fizeram história em diferentes áreas da ciência
No dia 11 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2015, não apenas para reconhecer grandes nomes femininos dentro da ciência, mas também para incentivar meninas a seguirem uma carreira científica.
Aliás, grandes descobertas são decorrentes de pesquisas de mulheres, como a estrutura do DNA, por Rosalind Franklin; os cromossomos X e Y, por Nettie Stevens, e o vírus do HIV, por Françoise Barré-Sinoussi.
Dados divulgados pela UNESCO mostram que apenas 30% das pessoas trabalhando na ciência são mulheres, com exceção da matemática e engenharia, com 35%.
Para celebrar a data e incentivar o ensino inclusivo de qualidade em ciências, o DIVERSA traz dez cientistas mulheres que contribuíram ou contribuem com descobertas nos mais variados campos das ciências. Confira abaixo:
Marie Curie
Marie Skłodowska-Curie, ou Marie Curie, é o nome mais conhecido de mulheres na ciência pelo feito até então inédito de ganhar o Prêmio Nobel em dois campos científicos diferentes: física e química.
Curie também foi a primeira mulher a lecionar na Universidade de Paris e, em 1995, foi sepultada no Panteão Paris por seus méritos na ciência. Seu trabalho mais famoso foi o da Teoria da Radioatividade, termo cunhado por ela. Além disso, descobriu dois elementos químicos como: o rádio e o polônio. Ela também criou técnicas para isolar isótopos radioativos.
Suzana Herculano-Houzel
Formada em biologia, Houzel possui mestrado, doutorado e pós-doutorado em neurociência. É professora universitária, além de escrever artigos, livros, participar de programas de TV e publicar em jornais de grande circulação.
Sua área de pesquisa é a neuroanatomia comparada e, entre suas descobertas, está a contagem de neurônios em cérebros humanos e de outros animais, a relação entre a área de espessura do córtex cerebral e o número de dobras em sua superfície.
Desde 1999, quando retornou ao Brasil após concluir o pós-doutorado na Alemanha pelo Instituto Max Planck, passou a atuar na divulgação científica, também publicando no site Cérebro Nosso de Cada Dia, que acabou virando um livro homônimo.
Vanesa Romanelli
Romanelli é pós-doutora em genética pela Universidade de São Paulo (USP) e uma das responsáveis pelos avanços no teste do pezinho, uma triagem neonatal que identifica mais de 50 doenças nos bebês, dentre elas, a Atrofia Muscular Espinhal (AME).
Atualmente, ela atua como assessora científica no Instituto Jô Clemente, além de atriz pela Cia. Dos Menestréis.
Maria da Penha
Símbolo da luta contra violência doméstica, autora do livro “Sobrevivi… posso contar”, lançado em 1994 e fundadora do Instituto Maria da Penha, atuando pela justiça social de vítimas de violência doméstica em todo o país também pertence ao grupo de mulheres na ciência.
Ela é formada em farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e é mestre em Parasitologia em Análises Clínicas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
Hypatia de Alexandria
Nascida em Alexandria, no Egito, entre 351 e 370 d.C., Hypatia é considerada a primeira mulher matemática da história, mas também se dedicou à filosofia e à astronomia.
Filha de um professor e matemático, teve incentivo para concluir seus estudos e tornou-se professora e diretora da Academia de Alexandria. No entanto, todo o seu legado científico foi perdido, devido ao período, e seus estudos se destacaram por mapear a movimentação dos astros.
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Elisa Frota Pessoa
Foi uma das pioneiras das ciências no Brasil e uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), além de ser uma das primeiras mulheres a se formar em física no país, no ano de 1942.
Seus estudos englobavam a radioatividade em emulsões nucleares, reações e desintegrações, além de reações de prótons com núcleos de massas médias. Suas publicações vão de 1950 a 1986, em português e inglês.
Graziela Barroso
Conhecida como a Primeira Dama da Botânica no Brasil, foi a maior taxonomista de plantas do país. Seus estudos no tema começaram aos 30 anos, incentivados pelo marido, que era agrônomo.
Foi a primeira mulher a prestar concurso para naturalista no Jardim Botânico no Rio de Janeiro, e trabalhou em sistemática de plantas. Mesmo sem curso superior, treinava mestrandos e doutorandos que estagiavam no local.
Foi professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Universidade de Campinas (Unicamp) e na Universidade de Brasília (UniB) e responsável pela formação de inúmeros biólogos. Seus dois livros são referência em botânica e constituem o seu legado no assunto.
Sonia Guimarães
Física, foi a primeira mulher negra brasileira doutora em física e a lecionar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1993, quando a instituição não aceitava mulheres como estudantes.
É formada em física e mestre em física aplicada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), e doutora em materiais eletrônicos pelo Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Manchester, na Inglaterra, sendo especialista em semicondutores. Além disso, é mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares, onde trabalha com projetos com estudantes em situação de vulnerabilidade social e em projetos feministas.
Mayana Zatz
Zatz é uma bióloga molecular e geneticista brasileira, mestre e doutora em genética pela Universidade de São Paulo (USP), e pós-doutora pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Atualmente, é professora do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP, onde também foi pró-reitora de pesquisa de 2005 a 2009.
Sua pesquisa acadêmica é voltada a distrofias musculares progressivas e, em 1981, fundou a Associação Brasileira de Distrofia Muscular, onde ainda é presidente. Em 1996, ingressou na Academia Brasileira de Ciências e, até julho de 2021, já havia publicado 377 trabalhos científicos e mais de 250 artigos.
Kalpana Chawla
Chawla nasceu em Karnal, na Índia e, desde muito jovem, mostrava-se interessada em aviação. Se formou como bacharel em ciências no Colégio de Engenharia de Punjab, mas logo conseguiu bolsas para mestrado e doutorado nas Universidades do Texas e do Colorado, nos Estados Unidos, onde se naturalizou americana.
Na década de 1990, começou a trabalhar para a NASA e foi a primeira mulher nascida na Índia a fazer um voo espacial, em 1995. Participou de inúmeras atividades físicas relacionadas aos estudos de microgravidade e foi escalada para a missão STS-107, no ônibus espacial Columbia.