A turma me recebeu, pois eu entrei no mês de maio. Quando eu recebi a turma eu a observei. Tinha duas situações de inclusão, mas uma não está mais na escola. Comecei a me planejar: primeiro, conhecer um pouco o aluno para poder me planejar. Busquei algumas informações, mas queria mais percebê-lo na sala, na relação com os colegas e comigo para depois eu ousar algumas possibilidades. Fui investigando algumas situações necessárias do meu ponto de vista, como por exemplo: como o aluno frequenta a escola, como interage com turma, como é a família e como ela trata essa criança, como ela enxerga essa criança. Ele era compreendido como um bebê. E ele não era mais um bebê. Era um menino que tem que ser respeitado como tal. Então a gente buscou se aproximar da família, dando algumas dicas através da nossa avaliação: ele já está fazendo isso e isso, mas precisa de nossa ajuda para fazer isso. E a família foi dando um retorno.
Exige muito. Tem algumas atividades que seriam comuns a todos e eu tenho que colocar algo mais para que possa chegar nele e ele não pode ficar só me assistindo e aos colegas. Isso raramente acontece, mas eu sempre penso nessa possibilidade.
E eu parei de ouvir “ah, ele não sabe escrever”. Ele tem a escrita dele. Hoje ele está construindo a consciência de que “a minha escrita não é igual a da profe nem a do colega”, mas ele tem todo um valor simbólico: ele escreve e se eu digo “posso apagar?” ele diz “Não, profe, eu ainda não terminei!” E ele vai e termina. Ele tem um ensaio no aprendizado dele de comportamento como estudante. E isso para mim é importante. O resto ele vai construindo com o tempo.
Selma Maria Taufer, Professora de Séries Iniciais