Relatos iniciais do DIVERSA

Sou professora em uma escola de rede Municipal, este ano estou com uma turma do 3º ano Ensino Fundamental e 35 alunos matriculados. Neste grupo algumas crianças demonstram dificuldades de aprendizagem, N. com síndrome de Asperger e M. com paralisia cerebral.

O desafio estava posto; nunca havia trabalhado com tantas diversidades, com isso senti que precisava de informações específicas para cada quadro de dificuldade dos alunos. Foi então que matriculei-me no curso de psicopedagogia e comecei a busca por conhecimentos.

Com olhar e escuta atenta, fui me aproximando, colocando desafios e observando até onde iam as respostas que o grupo me daria, organizando as atividades e potencialidades de acordo com as necessidades dos alunos, e com as devolutivas que recebia das conversas informais que realizávamos pude traçar outras ações para auxiliá-los melhor.

Em diversos momentos e em duplas, tivemos em roda leituras, no qual enfatizavam a diversidade e respeito para com o outro.

O grupo sempre foi muito solícito, conversávamos sobre como ajudar, deixando claro o momento que realmente era necessário, mostrando a capacidade e a necessidade que cada um tem em superar-se.

M. é um aluno fantástico, interessado, colaborativo, esforçado, muito inteligente e de vocabulário rebuscado, reside em uma casa de abrigo, e possui um histórico fragilizado.

Houve uma sincera relação de confiança, identificação dele comigo devido ao acolhimento e propostas que direcionavam para ações de superação. Ao ponto dele chamar atenção dos colegas de sala quanto ao comportamento inadequado.

Sua maior dificuldade estava no movimento de pinça, mas a dedicação em superar suas limitações foram ocorrendo diariamente e a conquista de um recurso tecnológico chegou rapidamente para M.

A diretora, em parceria com a Secretaria da Educação, disponibilizou um computador para a realização de atividades, onde o mesmo faz uso do teclado e do mouse com muito afinco. Existem softwares que uso como apoio para alfabetização (construção de palavras, jogo da memória das sílabas e ouvir histórias), entre outros. Percebo seus avanços e invisto cada vez mais nas suas potencialidades.

Ter ele como aluno é um grande presente, observando-o tenho forças, ações criativas para superar os meus limites enquanto educadora e pessoa, e com este olhar ajudar a todos os alunos que encontro.

Vibramos juntos a cada avanço, conquista e click do mouse.

CAMILA DOS SANTOS DASSA ARANHA, PROFESSORA POLIVALENTE

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