Relatos iniciais do DIVERSA

A turma de 5ª série era numerosa, 40 alunos, extremamente agitados, com necessidades diversas (carências) e dificuldade de concentração. A aluna não tinha os membros superiores nem a mão esquerda, sendo a direita junto ao ombro com três dedos apenas. Dificilmente deixava de participar das aulas de educação física, pois sua habilidade com os pés e com as pernas sobressaía aos demais alunos. As atividades eram organizadas de forma a possibilitar a sua participação, as regras, mudadas, e os exercícios, adaptados à sua deficiência. Sua maior dificuldade era jogar basquetebol, devido ao tamanho da bola e à deficiência na marcação. Mudei o planejamento: jogávamos com bolas menores e ela utilizava os pés para arremessar para o cesto. Não tive com quem discutir essa situação, pois a escola era muito grande e coordenadores e direção tinham outras preocupações. No período não tinha outro professor de educação física, o que me impediu de dividir as angústias e o prazer que foi trabalhar com ela.

JULIO CÉSAR SURIAN, PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Fonte: Artes visuais na educação inclusiva, de Rodrigo Hübner Mendes, José Cavalhero e Ana Maria Caira Gitahy (ed. Peirópolis), 2010.

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