Estudante A é um menino cheio de alegria e sonhos. Suas limitações de aprendizagem não o impedem de desejar aprender. Envolve-se, com entusiasmo, em cada proposta que disponibilizamos nos momentos de vivências na sala do AEE. Gosta de pintar e vem progredindo em seus desenhos, confiando nos estímulos que damos em cada desafio. Conta sem estabelecer as relações termo a termo, mas aceita e repete nossas intervenções, nomeia oralmente, com ajuda, até 4, registrando esses algarismos, também com ajuda. Pensado sob a ótica do "conhecer para intervir", e percebendo que necessitava ser mais estimulado em relação à construção de quantidades e suas relações numéricas, buscamos promover desafios que provocassem sua ação sobre os jogos de contagem, classificação e seriação, trabalhando em seu nível de desenvolvimento real e agindo, com mediação, apenas para colaborar com seu próprio pensamento. Nessa perspectiva, iniciamos um trabalho com jogos nos quais necessitasse associar, emparelhar e contar. Além disso, lançamos mão de matérias que exploram classificação e sequência, dentre os quais destacamos a prancha de formas geométricas. Com ela pudemos provocar a reflexão de Estudante A o que se refere às formas, cores e contagem até quatro. Para tanto, entregamos as peças desarticuladas da prancha e solicitamos que ele encontrasse o lugar onde cada uma deveria ficar. Exercitando-nos na “paciência pedagógica”, necessária a todos que entendem que o outro necessita de ser respeitado em seu tempo de construção, acompanhamos o caminho que Estudante A trilhou, fazendo intervenções quando nos parecia adequado fazê-las. Foi muito gratificante acompanhar as tentativas e a insistência em procurar novos caminhos, além de perceber seu crescimento no que diz respeito a acreditar que ele também sabe fazer. Acreditamos que Estudante A tem muitas potencialidades e esperamos poder contribuir para que elas desabrochem cada vez mais. Valorizar suas conquistas tem colaborado para a elevação de sua auto estima.