O que muda na educação especial com a perspectiva da inclusão?

No contexto nacional, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, criada pelo Governo Federal brasileiro em 2008, é um importante marco regulatório para a garantia da matrícula das pessoas com deficiência na escola regular e para o estabelecimento de um novo modelo de educação especial. Ela deixa de ser substitutiva, assumindo caráter complementar, suplementar e transversal ao ensino regular, perpassando todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, para a eliminação das barreiras à plena participação dos estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades/superdotação. 

Trata-se de uma mudança radical, estruturante. A educação especial deixa de se configurar como um sistema paralelo, passando a integrar a proposta pedagógica da escola, apoiando a plena inclusão de todos por meio de recursos, serviços e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) para seu público-alvo. 

O quadro abaixo sintetiza algumas das diferenças entre a educação especial e a educação especial na perspectiva inclusiva: 

 

Educação especial  Educação especial na perspectiva inclusiva 
Sistema separado, paralelo ao regular  Faz parte da proposta pedagógica da escola. Perpassa todos os níveis, etapas e
modalidades de ensino. Por isso, é tida como transversal 
Substitui o ensino regular  Complementa ou suplementa o processo de escolarização em sala de aula 
Dinâmica independente, total ou parcialmente dissociada do ensino regular  Dinâmica dependente, totalmente articulada com o trabalho realizado em sala 
Restritiva e condicional. Somente os alunos considerados aptos para o ensino regular podem frequentá-lo  Incondicional e irrestrita. Garante o direito de todos à educação e à plena participação e aprendizagem 
O referencial é o que se convenciona julgar como “típico” ou estatisticamente mais frequente  Parte do pressuposto de que a diferença é uma característica humana 
Baseia-se no modelo médico de deficiência. Foca nos aspectos clínicos, ou seja, no diagnóstico  Baseia-se no modelo social de deficiência. Foca na articulação entre as características da pessoa e as barreiras à sua participação presentes no ambiente 
Nem todos os estudantes conseguem se adaptar à escola. Nem todos correspondem ao padrão estabelecido por ela  A escola deve responder às necessidades e interesses de todos os alunos, sem exceção, partindo do pressuposto de que todas as pessoas aprendem 
Estratégias pedagógicas diferentes para somente alguns estudantes  Diversificação de estratégias pedagógicas para todos 

 

SAIBA MAIS SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA 

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