A finalidade do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) é desenvolver práticas pedagógicas que permitam o acesso ao currículo, a participação e o pleno desenvolvimento do potencial de todos os alunos, indiscriminadamente. O DUA se baseia em um conjunto de princípios que fomenta a elaboração de um planejamento pedagógico que contemple estratégias diversas para:
Para tanto, o primeiro passo é buscar conhecer bem os estudantes, individual e coletivamente para, então, definir os conteúdos e estabelecer os objetivos de aprendizagem da área do conhecimento a ser trabalhada. É o currículo flexível. Trata-se da convergência entre a base curricular comum e a realidade dos estudantes presentes em sala de aula: suas características sociais, culturais e individuais – o que inclui seus interesses.
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Não se trata, no entanto, de um currículo customizado para cada aluno. Considerando que um dos pressupostos do DUA é ter altas expectativas para todos os estudantes, inclusive aqueles com alguma deficiência, não faria sentido restringir o acesso ao conhecimento para alguns. Por isso, a perspectiva inclusiva prevê um currículo único para o grupo como um todo.
É importante esclarecer que o Desenho Universal para a Aprendizagem indica não somente a possibilidade, mas a necessidade de haver variações no modo como o currículo será acessado por cada um dos alunos, ou seja, a diversificação das estratégias pedagógicas de acordo com as características e os estilos de aprendizagem individuais.
VOCÊ SABE QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR?
O currículo corresponde ao conjunto de conteúdos que devem ser abordados pelos educadores em cada nível de ensino. Um currículo fundamentado na perspectiva inclusiva precisa estar alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, ao mesmo tempo, dialogar com as particularidades sociais, culturais, regionais e os diferentes modos de aprender de cada estudante.
Não se trata de adaptar o conteúdo curricular a fim de reduzi-lo para alguns alunos, mas, sim, de flexibilizá-lo para que todos se reconheçam nele e sejam protagonistas do próprio processo educacional.
VOCÊ SABE QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR?
O currículo vem sendo amplamente apontado Site externo como uma das principias barreiras – bem como um dos mais importantes facilitadores – à educação inclusiva. Ou seja, o currículo é não somente importante, mas determinante na garantia do direito de todos, e de cada um, à educação.
Um currículo pré-formatado, baseado em expectativas homogeneizantes, que não considera o contexto, ou seja, as características da comunidade onde a escola está inserida e de cada um dos estudantes individualmente gera, inevitavelmente, exclusão.
Para desenvolver ao máximo as potencialidades de cada estudante, tornar a experiência da aprendizagem relevante e significativa é basilar. Trata-se de um desafio colaborativo e criativo: conectar as características e os interesses de cada um dos alunos à base curricular comum, de modo que todas as áreas do conhecimento sejam trabalhadas a partir e através daquilo que já sabem ou gostariam de saber.
Um currículo inclusivo nada mais é que a coesão da Base curricular comum com o contexto da sala de aula, ou seja, de cada um dos estudantes que a compõe. Para que isso seja possível, é importante que o professor e a equipe pedagógica conheçam os alunos, suas características sociais, culturais e individuais e as levem em consideração ao elaborar o planejamento pedagógico.
Desenvolver ao máximo as potencialidades de cada estudante implica considerar os assuntos ou atividades lhes interessam e mobilizam. Possibilitando inclusive que os próprios estudantes façam escolhas, priorizando os eixos de interesse. Não se trata de nivelar por baixo, restringindo ou privando, mas, ao contrário, trata-se de expandir possibilidades.
Considerando que os domínios das mais diferentes áreas do conhecimento se interconectam, todas podem ser trabalhadas a partir dos eixos de interesse de modo muito mais espontâneo, prazeroso e significativo.
VEJA COMO USAR OS INTERESSES DOS ALUNOS COMO PONTES PARA O APRENDIZADO DE TODOS
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define as aprendizagens essenciais às quais todos os estudantes têm direito. A versão final da BNCC é resultado de um longo processo democrático que contou com a participação direta de educadores e da sociedade em geral. Trata-se de uma referência com diretrizes pedagógicas para a educação básica e orientações específicas nas quais escolas públicas e privadas de todo o país devem se basear para constituir o próprio currículo.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define as aprendizagens essenciais às quais todos os estudantes têm direito. Ou seja, quando se diz que todos, sem exceção, têm direito à educação, não é uma referência somente ao acesso. A perspectiva inclusiva indica que qualquer estudante tem o direito de acessar o mesmo currículo, para o pleno exercício da cidadania e a consequente inclusão social.
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