As Tecnologias Assistivas (TAs) atuam como um importante complemento ao Desenho Universal. Enquanto o Desenho Universal tem como objetivo oferecer uma solução abrangente, que atenda a todos, a TA visa criar uma solução específica para atender as particularidades de um indivíduo.
Os exemplos abaixo podem facilitar a compreensão desses conceitos:
Desenho Universal
Tecnologia Assistiva
O conceito do Desenho Universal surgiu a partir da constatação de que os recursos de acessibilidade destinados a reduzir ou eliminar barreiras no ambiente não beneficiam somente as pessoas com deficiência. Por exemplo: uma rampa não facilita somente a locomoção de uma pessoa que usa cadeira de rodas, mas também pessoas que transportam um bebê no carrinho ou com mobilidade reduzida.
O Desenho Universal prevê que produtos, espaços, meios de comunicação, tecnologias e serviços sejam concebidos de modo a garantir sua utilização pelo maior número de pessoas possível, independentemente de suas características. Um projeto orientado pelo Desenho Universal considera a diversidade humana, buscando garantir a acessibilidade para todos. Como, por exemplo: tesouras desenhadas para destros e canhotos; maçanetas do tipo alavanca, que são de fácil utilização para todos os tipos de pessoas, podendo ser acionadas até com os cotovelos; torneiras com sensor, que minimizam o esforço das mãos para acioná-las, entre muitos outros.
Além de orientar a concepção e desenvolvimento de espaços físicos e artefatos, o Desenho Universal também se aplica à educação por meio do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA).
O DUA é um conceito que aponta para a necessidade de criar objetivos educacionais, métodos, materiais e avaliações que funcionem com todos – não como uma solução única, do tipo um-tamanho-serve-a-todos, mas sim como uma abordagem mais flexível, que pode ser personalizada e ajustada para as necessidades individuais.
O DUA pode auxiliar os educadores a desenvolver ou optar por estratégias pedagógicas que possibilitem que todos os estudantes, independentemente de suas características e formas de aprendizagem, aprendam em igualdade de condições.
A finalidade do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) é desenvolver práticas pedagógicas que permitam o acesso ao currículo, a participação e o pleno desenvolvimento do potencial de todos os alunos, indiscriminadamente. O DUA se baseia em um conjunto de princípios que fomenta a elaboração de um planejamento pedagógico que contemple estratégias diversas para:
Para tanto, o primeiro passo é buscar conhecer bem os estudantes, individual e coletivamente para, então, definir os conteúdos e estabelecer os objetivos de aprendizagem da área do conhecimento a ser trabalhada. É o currículo flexível. Trata-se da convergência entre a base curricular comum e a realidade dos estudantes presentes em sala de aula: suas características sociais, culturais e individuais – o que inclui seus interesses.
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Não se trata, no entanto, de um currículo customizado para cada aluno. Considerando que um dos pressupostos do DUA é ter altas expectativas para todos os estudantes, inclusive aqueles com alguma deficiência, não faria sentido restringir o acesso ao conhecimento para alguns. Por isso, a perspectiva inclusiva prevê um currículo único para o grupo como um todo.
É importante esclarecer que o Desenho Universal para a Aprendizagem indica não somente a possibilidade, mas a necessidade de haver variações no modo como o currículo será acessado por cada um dos alunos, ou seja, a diversificação das estratégias pedagógicas de acordo com as características e os estilos de aprendizagem individuais.
VOCÊ SABE QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR?
Material pedagógico é todo e qualquer recurso utilizado em sala de aula com uma finalidade específica de ensino e aprendizagem.
A educação inclusiva prevê o uso de diferentes materiais pedagógicos para alcançar um mesmo objetivo de ensino. Nesse caso, a referência para a escolha ou desenvolvimento de atividades deve ser o próprio estudante, suas necessidades (baseadas em características físicas, sensoriais ou outras), seus interesses e habilidades, visando sempre a equiparação de oportunidades.
O currículo corresponde ao conjunto de conteúdos que devem ser abordados pelos educadores em cada nível de ensino. Um currículo fundamentado na perspectiva inclusiva precisa estar alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, ao mesmo tempo, dialogar com as particularidades sociais, culturais, regionais e os diferentes modos de aprender de cada estudante.
Não se trata de adaptar o conteúdo curricular a fim de reduzi-lo para alguns alunos, mas, sim, de flexibilizá-lo para que todos se reconheçam nele e sejam protagonistas do próprio processo educacional.
VOCÊ SABE QUAL A DIFERENÇA ENTRE ADAPTAÇÃO E FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR?