Já faz um tempo que parte do movimento de pessoas com deficiência tem utilizado o lema “mudar a escola, e não mudar de escola” para sinalizar a necessidade de uma renovação das instituições de ensino. Esse é um dos pilares de uma proposta inclusiva: a compreensão de que as escolas têm a obrigação de se modificar, criando condições para que todos aprendam.
O modelo inclusivo ainda gera bastante insegurança porque muitas pessoas imaginam que a proposta se resume à matrícula do aluno no mesmo ambiente frequentado pelos demais. Esse é só o primeiro passo.
Pesquisas mostram que o sucesso da educação passa por um modelo de escola inclusiva que: (1) baseie-se no modelo social da deficiência; (2) trabalhe com grupos diversificados, e não homogêneos, e (3) acredite que o resultado das avaliações é consequência de uma boa educação, e não o objetivo dela.
E quem está envolvido nesse processo? Como dissemos anteriormente, além das famílias, outros atores são decisivos para que a inclusão escolar seja viável e atinja seus objetivos: os profissionais que atuam no setor público, os gestores escolares, os educadores e as organizações parceiras das escolas, e assim por diante. A figura a seguir ilustra esse conjunto de dimensões que precisam ser consideradas.
Políticas públicas: várias lideranças que atuam no poder público influenciam diretamente a qualidade da inclusão escolar. Os secretários de educação e suas equipes, os promotores de justiça e os legisladores são alguns exemplos. Lembrem-se de que eles estão a nosso serviço e devem ser cobrados.
Gestão escolar: os diretores das escolas são fundamentais para que os estudantes com deficiência sejam acolhidos e recebam serviços complementares. Cabe também a eles construir uma cultura que defenda o respeito às diferenças e disseminar valores inclusivos para toda a comunidade escolar.
Estratégias pedagógicas: os professores desempenham a valiosa tarefa de criar vínculos afetivos, mediar a construção do conhecimento e apostar no potencial de cada aluno. Esse papel se potencializa quando o planejamento das aulas é feito em equipe e envolve especialistas, quando necessário.
Famílias: a participação de mães e pais na rotina escolar é essencial para que os educadores conheçam e acompanhem a trajetória de cada estudante.
Parcerias: as organizações que fazem parte do entorno das escolas podem atuar como aliadas do processo de transformação exigido pela concepção inclusiva de ensino. Bibliotecas, instituições culturais e centros esportivos são exemplos de potenciais parceiros.
Lembrem-se
- O modelo tradicional de ensino é ultrapassado e impõe barreiras aos estudantes.
- A transformação necessária deve envolver não só as famílias, mas também os professores, gestores, os próprios estudantes e demais atores que influenciam o cotidiano escolar.
- Vários exemplos reais demonstram que a inclusão escolar é possível e beneficia todos.