1.2 Como chegamos à inclusão nas escolas?

Mães e pais de crianças com deficiência vêm movendo montanhas para garantir os direitos de seus filhos na educação. Grande parte das leis que atualmente protegem esses direitos foi fruto da sua capacidade de articulação.

Esse processo se intensificou no século passado, quando famílias uniram esforços e promoveram mobilizações para que esse público pudesse ter algum tipo de atendimento educacional. Surgiram, nessa época, instituições que começaram a oferecer uma “educação especial” — expressão que passou a vigorar ao redor do mundo. O serviço de escolarização oferecido por elas ocorria em espaços segregados, exclusivamente destinados a pessoas com deficiência, que configuravam as escolas especiais.

A ideia parecia fazer sentido. Ao invés de expor seus filhos a ambientes ainda despreparados para recebê-los, seria mais lógico protegê-los em locais separados, teoricamente bem-instrumentalizados para um serviço de qualidade que seria conduzido por profissionais especializados nesse tema. O modelo foi testado por muitos anos e fracassou. O resultado pode ser observado nas várias gerações de crianças que não foram suficientemente desafiadas e se tornaram adultos que dependem totalmente de suas famílias ou de instituições assistenciais.

Mães e pais não se deram por satisfeitos. Seguiram na busca de oportunidades para que seus filhos pudessem conviver com o restante da sociedade, desenvolver seu potencial e conquistar autonomia. A consequência foi o surgimento da escola inclusiva: instituição de ensino que atende a todos os perfis de alunos no mesmo espaço, sem que haja segregação.

No Brasil, a estrutura da educação está organizada a partir de vários níveis e modalidades. A modalidade responsável pelos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD)¹ e altas habilidades/superdotação chama-se Educação Especial. A partir de 2008, essa modalidade passou a seguir a perspectiva inclusiva.

Lembrem-se

  • A educação segregada deixou de ser uma alternativa apropriada.
  • A perspectiva inclusiva é resultante da luta das famílias de pessoas com deficiência.
  • A inclusão é a resposta que se propõe aos problemas presentes em abordagens excludentes ou segregadoras.
¹ O marco legal vigente ainda adota como nomenclatura a expressão transtornos globais do desenvolvimento (TGD). No entanto, as mudanças ocorridas na quinta edição do “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)”, em 2013, levaram a sociedade a empregar a expressão transtornos do espectro autista (TEA) para se referir a esse segmento de pessoas.

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