Relatos iniciais do DIVERSA

Nesse ano recebemos em nossa escola vários alunos com com deficiência. No qual eu como Diretora Educacional tive que fazer e procurar várias adaptações como: pranchas adequadas para os nossos alunos com paralisia cerebral e cadeiras adaptadas de acordo com as respectivas idades desses alunos para que pudéssemos oferecer um ambiente adequado e próprio para a aprendizagem.

Em visita a uma sala de aula do 2º ano onde se concentrou um maior número de alunos com deficiência, a única sala na escola que pude observar comportamentos bem interessantes de crianças sem discriminação aos colegas com deficiência. Nesta sala foram recebidas crianças com várias deficiências entre ela uma aluna com Síndrome de Down. Quando ela entrou em fevereiro a professora não quis falar para as crianças sobre sua deficiência e ela se comprometeu a falar somente quando as crianças perguntassem. Passou o ano e os alunos ditos "normais" os receberam com muito carinho, e acreditem: nunca foram discriminados ou passaram por situações desagradáveis.

Numa visita observei uma aula de história que a professora estava trabalhando com o tema Direito das Crianças e dos Adolescentes, quando ela falou sobre os direitos das crianças com deficiência, uma aluna questionou o que era isso. Na hora pensei um pouco e percebi que a professora realmente não tinha em nenhum momento falado sobre as crianças, a professora tentou da melhor forma e mais natural possível explicar as dificuldades que nossos alunos com paralisia enfrentavam para estar na sala de aula e ela comentou sobre a aluna R com Sindrome de Down. A primeira impressão foi que eles nunca a haviam olhado para ela, pois de repente começaram a observá-la com surpresa, não sei se o espanto ou com mais carinho, a professora falou como devemos ser os bons modelos (pois, ela nos copia em tudo) sobre suas dificuldades em aprender as tarefas e como poderíamos ajudá-la. Achei que depois desse dia os alunos iriam ficar olhando-a de maneira diferente ou até mesmo exclui-la de certa maneira, mas ainda bem que não foi assim.

Nossos alunos agora sabem que temos amigos com deficiências na sala e nada mudou no comportamento deles. Isso me deixa muito feliz, pois temos uma geração (pelo menos essa) que não está preocupada com as diferenças, eles querem ser amigos de todos.

Elisete Mendes de Almeida Melo, Diretora Educacional. Apiaí – 2011

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