Sou professora de Educação Infantil de uma EMEI no período intermediário. Tenho dois projetos, e não me sobra tempo algum para lidar com os alunos individualmente.
Em uma das turmas, eu tenho três estudantes, uma com laudo e duas sem laudo, com dificuldades de aprendizagem e de comportamento. Uma apresenta problemas de comunicação, pois não entende a língua portuguesa (ninguém da família fala português).
Minha grande frustração é não poder desenvolver um trabalho que considere as especificidades dos estudantes, pois tenho apenas 30 minutos entre trocas de sala. Não sobra tempo para levar em conta e planejar a inclusão com qualidade. As crianças estão inseridas no meio de muitas outras crianças, mas suas necessidades, suas prioridades, não estão sendo respeitadas.
Lido diariamente com a frustração de ser psicopedagoga e não fazer nada pelos alunos que dizem estar inclusos.
A minha escola tem tudo para ser uma escola modelo para inclusão. Temos braile nas barras de entrada, temos bonecas representando muitas diferenças, livros em braile, um território do brincar com muitas vivências, livros com CD em libras, banheiro adaptado… Só não temos tempo para as crianças.
Isso é Inclusão? As crianças não deveriam ser a prioridade? Relato de uma professora da rede pública que está frustrada porque sonha com um mundo real!