Olá, questionamento muito pertinente e desafiador para abordarmos a questão do laudo médico X perfil pedagógico (aluno) X perfil do professor. Como professora de Atendimento Educacional Especializado (AEE), sala de itinerância para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na rede pública do Estado de São Paulo, atualmente no atendimento de 05 alunos com TEA, e pela experiência que tenho como professora desde 2014, com alunos com deficiências no ensino comum, na rede pública há quase 30 anos, identifico que em primeiro lugar precisamos nos posicionar enquanto escola, professores equipe gestora no receber esse aluno e promover ações para que todos procurem se adaptar ao perfil desse aluno e acolhe-lo e ampliar esse acolhimento para sua família. É um direito garantido pela Constituição Federal, Leis Federais, por Decretos e Resoluções a permanência desse aluno na escola, e adequação de uma proposta pedagógica adaptada ao seu perfil, independentemente de suas dificuldades e limitações, mas que possa identificar e fortalecer suas potencialidades.
A construção de um relatório pedagógico a partir de informações da família e da observação desse aluno dentro da escola, na sala de aula, em relação aos aspectos sociais, comunicativos, cognitivos e comportamental. Uma avaliação que possa ser fortalecida e nortear uma proposta efetiva diferenciada e diversificada que entenda e auxilie o aluno com autismo de ver o mundo através de seus olhos, com significados e sentidos e usar esta perspectiva para ensiná-los a funcionar de forma mais independente e autônoma possível e de forma integrada com os demais alunos. Informações que não vão constar no laudo médico do aluno com TEA. E nós enquanto educadores, podemos sim, realizar uma avaliação pedagógica investigativa, independente se formos especialistas ou não, busque ajuda, ou contate um professor especialista de uma escola vizinha para auxiliá-los, una forças, pesquise.
Outra questão é sobre o brincar. O brincar está em ênfase e destaque na estrutura da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) organizado como um dos (06) direitos de aprendizagem. Enfatizando que na Educação Infantil, o desenvolvimento se dá por meio das brincadeiras e do relacionamento das crianças com outras crianças, com os adultos e consigo mesma.
“Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiencias emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais e é nesse ponto que iremos focar.” (BRASIL, 2017, p 36).
Em uma perceptiva de equidade nós abandonarmos a ideia que crianças são seres frágeis e incompetentes e do período da infância como tempo de passividade, dependência ou debilidade, sendo o professor o detentor do saber. Precisamos ser mediadores de aprendizagem, construir saberes e ampliar junto com nossos alunos.