Boa tarde!
Sou professora de educação infantil e trabalho na rede municipal de Suzano (SP) há 15 anos. Desses, há 10, atuo como professora do atendimento educacional especializado (AEE). No final deste ano aconteceu uma situação que enfrentei pela primeira vez, confesso que tenho dúvidas e que já realizei algumas pesquisas, mas não obtive sucesso.
Acompanho uma escola que atende alunos de 4 a 5 anos, o que na cidade é classificado como G4 e G5. Em uma sala de G4, atendo uma aluna com hipótese de diagnóstico de deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA). Ela tem um comportamento bastante agitado em sala de aula, com pouquíssima atenção e concentração, corre muito, quase não permanece sentada, só consegue realizar as atividades pedagógicas com ajuda, expressa-se pouco oralmente. Na sala de recursos, ela é mais tranquila, demonstra mais atenção e tem interesse por letras móveis (apenas manusear). O mais importante é que ela tem progredido em ambos espaços.
Em outra sala de G5, atendo uma menina com Síndrome de Down, também com um comportamento agitado e desafiador, provoca amigos e professora. A aluna tem muita dificuldade na fala e consegue pronunciar pouquíssimas palavras, sua atenção e concentração são poucas, mas demonstra interesse pelas atividades, tenta realizá-las, mas sempre com um adulto dando o comando e direcionando a atenção. Esse comportamento acontece tanto em sala de aula quanto na sala de recursos.
Agora a questão: as duas alunas têm a mesma professora, que é responsável por duas salas. Tanto a docente quanto a diretora da unidade escolar consideram que as alunas ainda não tiveram o desenvolvimento necessário para avançarem em 2018, ou seja, a do G4 passar para o G5 e a do G5 ir para o 1º ano do ensino fundamental. A professora e a diretora avaliam que se “repetissem o ano, elas se beneficiariam”. Eu, enquanto professora do atendimento educacional especializado tenho minhas dúvidas, pois elas evoluíram, houve progressos… E isso pode acontecer? Sei que na educação infantil não se reprova, há como justificar isso de forma legal? Será que realmente essa é uma ação é inclusiva? Não seria mais correto lutar e garantir um ensino de qualidade para essas alunas e para toda sua turma? Por favor, peço ajuda de vocês.
Um abraço,
Adriana