Uma iniciativa Instituto Rodrigo Mendes

Qual a importância dos cursos de especialização voltados a deficiências específicas?

A educação inclusiva parte do pressuposto de que a diferença é uma condição humana. Ou seja, todos são distintos uns dos outros. Portanto, os processos de aprendizagem de cada estudante são também distintos entre si. 

As pessoas com deficiência não são exceção nesse sentido. Ainda que apresentem pareceres diagnósticos absolutamente iguais, duas pessoas podem reagir às mesmas estratégias pedagógicas de maneiras bem diferentes. Simplesmente porque são diferentes entre si, ainda que tenham uma característica comum: a deficiência. Por isso, é preciso tomar cuidado com cursos que adotam orientações padronizadas sobre como desenvolver práticas inclusivas por tipo de deficiência, desconsiderando as particularidades de cada contexto e o potencial criativo do educador. 

Esse é um primeiro argumento que nos faz questionar o “especialismo” no contexto da docência na educação inclusiva. O segundo, igualmente importante, baseia-se no princípio de que a educação inclusiva é um processo que diz respeito a todos os alunos, não somente aos com deficiência ou autismo. Por isso, apesar de ser extremamente válido aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o braile, é muito importante que não se pare por aí. A expectativa – e, portanto, o critério, ao escolher cursos e bibliografia – deve ser de sempre buscar o desenvolvimento de práticas pedagógicas cada vez melhores para todos, considerando diferenças de credo, raça, gênero, condição econômica, social, cultural, física, mental, intelectual, sensorial ou linguística. 

Lembrando que: a formação do professor no contexto da educação inclusiva resulta da vivência e da interação cotidiana com cada um dos educandos, com e sem deficiência, a partir de uma prática pedagógica dinâmica que reconhece e valoriza as diferenças. Não há especialização capaz de antecipar o que somente no dia a dia poderá ser revelado. 

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