Relatos iniciais do DIVERSA

Projeto Total English

O objetivo deste projeto era verificar se os alunos da 4º série A, conseguiriam compreender a professora, na maior parte do tempo, falando inglês durante as aulas, sem que a língua materna fosse utilizada (somente ocasionalmente). A classe era uma classe heterogênea, constituída por 35 alunos (meninos e meninas), com idades variando entre 8/9 anos. A escola faz parte da rede municipal de São Paulo e está localizada na zona sul da cidade: EMEF José Maria Lisboa.

Trabalhei três meses neste projeto (fevereiro a maio), mas descreverei apenas uma atividade do projeto. Como estávamos na época da Páscoa desenvolvi a seguinte atividade: Easter Egg Hunt (caça ao ovo da Páscoa)

Objetivos da aula: a) fazer uma aula diferenciada, com brincadeiras e chocolate. b) Consolidar a estrutura gramatical: on, in, under. c) Trabalhar em equipe. d) Aprender a função social das celebrações, brincadeiras.

Procedimentos: a) Revisar as preposições com a classe (in/on/under), o nome dos objetos em inglês e falar sobre a Páscoa. b) Dividir a classe em dois ou mais grupos. c) Ler a primeira pista para os grupos. Depois, a professora segue com os alunos em busca da 2º, 3º, 4º, 5º pistas. d) A professora ajuda os alunos na leitura da próxima pista (escrita em inglês), até encontrar o ovo ou chocolate. e) A equipe que encontrar o ovo primeiro, é a campeã. f) Volta à sala de aula: confecção do cartão de Páscoa.

Dificuldades encontradas durante o projeto

No início, os alunos sentiram dificuldade de compreender a língua estrangeira, mas depois se acostumaram com a proposta e um ajudava o outro na compreensão do idioma. Nas brincadeiras fora da sala de aula, a professora regente, e eu mesma, ajudávamos o aluno com deficiência física a se deslocar até a área da brincadeira.

Nas escolas da prefeitura, existem as AVEs (assistente de vida escolar) que acompanham o aluno que não tem autonomia para alimentar-se, fazer a própria higiene ou locomover-se. Entretanto, o número é limitado, dependendo da necessidade de cada escola, todavia, nem sempre este funcionário está disponível, pois há vários alunos com deficiências (visual, física, auditiva, intelectual e múltipla), Transtornos Globais do Desenvolvimento – TGD e altas habilidades/ superdotação em diversas salas.

Na atividade de socialização, de modo geral, alunos com deficiência intelectual, participam das brincadeiras normalmente. Em sala de aula, o aluno com deficiência também realiza as mesmas atividades que outros alunos, mas com diferente grau de dificuldade. Cada caso é um caso, e cada aluno com deficiência, necessita de diferentes cuidados, então não tem como generalizar.

Considerações

Ao longo dos meses, houve um grande avanço na aprendizagem dos alunos em todos os sentidos. Observei o progresso dos alunos durante as aulas: não precisava explicar tantas vezes, ninguém mais reclamava que eu só falava em inglês, e no final do bimestre através da avaliação da aprendizagem escrita e oral, a maioria obteve um resultado satisfatório.

Além da organização textual (cartão) e sistêmica (vocabulário, preposições, etc.), eles aprenderam novas brincadeiras, como relatado no questionário aplicado ao final do trimestre. Fala dos alunos: Aprendi sobre “Saint Patrick”, a caça ao ovo, brincadeiras”

Das habilidades relatadas no questionário, a maioria relatou que aprendeu a falar, escrever e ler em inglês. Um aluno aprendeu um conteúdo atitudinal: a dividir as coisas.

Concluo, assim, que é importante o aluno estar exposto à língua desde pequeno, porque é nessa fase que ele não tem barreiras e está mais aberto a novas experiências. No meu questionário final, perguntei aos alunos se a professora deveria continuar falando inglês em aula, e todos foram unânimes em responder: Sim, continuar falando inglês, porque é aula de inglês, então a professora deve falar em inglês. Fala do aluno “Sim, porque todos nós aprendemos mais e mais”. Os registros foram feitos através de observações, avaliações, atividades, questionário, fotos e filmes.

Outrossim, tenho que registrar aqui, que o produto final do trabalho alcançado nesta escola é de todos, pois o grupo é muito coeso e unido, tanto da parte gestora (coordenadores, diretores e assistentes) como dos docentes. Temos um sistema de colaboração constante, e isso, na minha opinião, é um dos fatores que ajudam a melhorar a qualidade na educação: muito trabalho e colaboração.

Participante do Prêmio Educador Nota 10 – 2013

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