Acessibilidade: inclusão sem barreiras

Nos últimos anos, a legislação brasileira teve um grande avanço em relação à acessibilidade, tanto arquitetonicamente falando quanto em relação à educação e ao mercado de trabalho com a lei de cotas.

Antes de falarmos sobre acessibilidade, tratemos de um conceito anterior chamado Desenho Universal. Esse conceito surgiu, primeiramente, na Europa durante uma especulação imobiliária logo após a Revolução Industrial. Sequencialmente, em 1961, na Suécia, ocorreu uma conferência internacional que reuniu países como o Japão, Estados Unidos, entre outros da Europa, para buscar soluções que reduzissem ao máximo as barreiras arquitetônicas.  Em 1963, em Washington, criou-se uma comissão chamada Barrier Free Design (Design Sem Barreiras) a qual questionou todos os projetos modulares desenvolvidos por arquitetos e urbanistas tais como Le Corbusier, (1887-1965) durante a arquitetura moderna, e depois pelo arquiteto Ernest Neufert (1900 – 1986) que escreveu o livro A arte de projetar. Finalmente, em 1987, o arquiteto Ron Mace, usuário de cadeira de rodas e respirador artificial, colocou em prática o Desenho Universal, projetando diferentes alturas e medidas, objetos e acessórios flexíveis para cada tipo de usuário, fornecendo uma acessibilidade plena.

Para que as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida possam sair nas ruas, ter uma rotina de estudo e de trabalho, tanto a cidade quanto os espaços públicos e privados, devem estar preparados para recebê-las.

Ao classificar qualquer tipo de setor, serviço ou atendimento como inclusivos, alguns pontos a serem avaliados, por exemplo, são a porta de entrada, verificar se há obstáculos, se proporciona autonomia a todos os usuários, conversar com os usuários, consultar especialistas e, principalmente, ter senso autocritico para corrigir obstáculos já existentes e fazer o teste se colocando no lugar, não só de pessoas com deficiência, mas também de uma pessoa idosa, uma mãe com carrinho de bebê, ou ainda no lugar de algum conhecido ou parente e amigos próximos que precisam, por ventura, usar muletas temporariamente.

Respeitar as diferenças de cada um e fornecer acessibilidade é um direito e um dever de todos e não um favor.

Um projeto, uma análise de espaço é um constante questionamento de tudo que possa ser uma barreira, buscando soluções e ideias que eliminam tais obstáculos.


Paula Haddad é formada em Arquitetura e Urbanismo pela Fundação Armando Álvares Penteado com o trabalho final de graduação, em 2005/ 2006, direcionado ao protótipo de uma APAE, instituição que foca apoio às pessoas com Síndrome de Down. Principalmente no caso pessoas com Síndrome de Down, o lado humano era o ponto principal da arquitetura, sem exclusão e sem barreiras. Desde então seus projetos definem a arquitetura e a acessibilidade como uma coisa só, e a estética voltada para a inclusão.

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